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Publicado: Quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Sucessão familiar de empresas

Abrir o próprio negócio não é uma tarefa das mais simples, pois, o índice de mortalidade das empresas é assustador, de acordo com o último levantamento do SEBRAE, que revelou os seguintes números:

  • 29% das empresas deixam de existir no primeiro ano;
  • 42% das empresas deixam de existir no segundo ano;
  • 53% das empresas deixam de existir no terceiro ano e
  • 56% das empresas deixam de existir no quarto e quinto ano em termos acumulados.

Além dos fatores que jogam contra a pequena empresa, tais como, alta carga tributária, juros mais altos do mundo, burocracia para se iniciar o negócio, há o principal motivo segundo os consultores, que é a falta de planejamento.

Planejar significa o empresário ter organização e informação que podem garantir o sucesso e o futuro do seu negócio.
Isso significa que ele deve conhecer o ramo de atividade, o mercado consumidor e o fornecedor, seus concorrentes, analisar a localização da sua empresa, conhecer processos operacionais, entender de custos, de volumes de produção, vendas ou serviços, margem de contribuição, etc.

Ufa parece fácil, mas como é difícil sobreviver aos primeiros passos, mas quando se consegue e se amadurece e o negócio vai de vento e popa, consolida-se uma marca, tem-se uma boa clientela e os anos passam de uma forma muito rápida, que o empresário absorvido pelas suas atividades diárias não percebe que já está há quinze, vinte ou vinte e cinco anos no mercado.

E como parar para pensar na sucessão? Será que há entre os herdeiros, alguém com capacidade, liderança e aptidão para continuar os negócios?

A sucessão é um dos principais desafios das empresas familiares em todo o mundo e é a razão da extinção de 65% das empresas familiares em todo o mundo, ou seja, o conflito entre os parentes.

Muitos empresários preferem profissionalizar suas empresas, contratando profissionais com notória capacidade no mercado, além de criarem um conselho com pessoas de fora da organização.

Outro detalhe importante, é que não existe uma fórmula mágica e única para o sucesso, pois, isto depende das características de cada região.

Nos Estados Unidos, os pais estimulam os filhos a conhecerem a realidade fora de casa e criam cidadãos e não herdeiros.
Há um desapego ao negócio da família e a vantagem é que os herdeiros atuam como acionistas sem estarem emocionalmente envolvidos e o desafio é criar uma ligação entre eles e a empresa.

No Brasil e América Latina os empresários dedicam-se tanto ao negócio, que se tornam pais ausentes e os herdeiros não participam do desenvolvimento da entidade e não a percebem como um empreendimento familiar.

Na Espanha há uma cultura familiar e os filhos entendem o negócio dos pais como um negócio da família e de que serão responsabilizados no futuro. O grande problema é que muitos assumem posições e funções sem ter aptidão para tal.

Portanto como podemos verificar as duas formas para se perpetuar um negócio, ou seja, a profissionalização com gestores externos ou com seus descendentes através de capacitação e treinamento dos mesmos, são temas polêmicos, pois existem inúmeros exemplos de sucesso e fracasso de ambos os lados.

O importante é o empresário ter um acompanhamento permanente e constante dos seus números através da contabilidade que é o instrumento mais eficaz para saber como esta a saúde da empresa. Este instrumento aliás deveria ser usado desde o inicio dos negócios, pois, com isto quando a empresa começar a crescer os seus números serão sempre mais confiáveis e seguros para a tomada de decisões.

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