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Publicado: Quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

SPFC: Meio Título?

Crédito: Internet SPFC: Meio Título?
Lucas levantou a taça: mais que merecido.

Mesmo após cansativa rotina de trabalho, resolvi recuperar-me numa ducha e assistir o jogo do SPFC contra o Tigres, junto com um amigo meu, são-paulino (diga-se), no Sannto Snooker Bar, em Itu.

O primeiro tempo foi muito bom. O SPFC mandava no jogo, como era de se esperar. E ia criando chances de gol a cada minuto. Ver o menino Lucas, em clima emotivo de despedida, marcar um belo gol, foi de tirar o chapéu (pra quem ainda o usa hoje em dia).

O gol luquense foi aos 22 minutos. Mas em menos de 45' o placar já estava em 2 a 0. O segundo marcado por Osvaldo. Ele, que veio do Ceara, a boa terra de José de Alencar.

O primeiro tempo acabou, com o Sampa em vantagem. Na descida para os vestiários, Lucas fez questão de mostrar ao seu algoz o algodão sujo do próprio sangue. Ele, que fora vítima de desleal cotovelada. Foi o estopim para um arranca rabo.

A situação foi acalmada e todos desceram para os túneis dos vestiários. A partir daí, ninguém viu mais nada. Fato é que os jogadores do Tigre não voltaram para o segundo tempo, alegando falta de segurança. Disseram-se ameçados por seguranças do time brasileiro, que até teriam sacado um revólver no vestiário argentino.

Entre uma porção de torresmo e uma cervejinha (tomara que meu médico não leia este artigo), meu amigo e eu conversávamos sobre a surpresa dessa final. Não deveria ser assim. O segundo tempo deveria ter sido jogado e catimbado, brigado e alegrado os torcedores. Bola é pra rolar, não pra ficar parada.

Enfim confirmada a desistência do Tigres, o juíz chileno encerrou oficialmente a partida e o SPFC foi declarado campeão da Copa Sul-Americana. Que nada mais é do que uma Série B da Taça Libertadores, sejamos honestos...

Mas título é título (qualquer redação primária tem um). E o SPFC fez por merecer chegar à final e vencer a competição, mesmo com as destemperanças de Luís Fabiano. Craque que, aliás, deve perder seu posto: o ídolo são-paulino, por fato e por justiça, deve ser a partir de agora: Lucas (ex-Marcelinho).

Um dos momentos mais belos que vi do futebol (comparando-se à despedida do goleiro Marcos ontem), foi o eterno ídolo Rogério Ceni passar a faixa de capitão ao menino Lucas, para que este pudesse despedir-se do SPFC levantando a taça de campeão. Coisa de gente grande, de gente digna.

Parabéns ao SPFC e aos maiores times paulistas. Todos foram campeões nesta temporada: Santos (Paulistinha); Palmeiras (Copa do Brasil) e Corinthians (Libertadores).

O SPFC não foi campeão de meio título porque precisou de apenas 45 minutos para vencer. O futebol argentino é que foi derrotado. Tem em Lionel Messei seu ícone, mas não segue seu exemplo.

Só torcemos para o time vencedor de Ney Franco dar continuidade nesta garra toda. Para o bem do SPFC. Para o bem do futebol brasileiro. E para o bem da rivalidade saudável entre os que realmente sabem curtir o futebol.

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