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Publicado: Sexta-feira, 14 de junho de 2019

Sou seguido, logo existo

Sou seguido, logo existo

 Penso, logo existo. Será que Descartes teria como imaginar o efeito das redes sociais na existência do sujeito? Imagino que não, mas aqui estamos nós observando o “sou seguido, logo existo”. Já parou para pensar os efeitos dessa demanda de likes, reações e seguidores? 

De forma alguma minha intenção com esse post é ser reacionário ou me posicionar contra a evolução tecnológica e social, sou a favor e muito das novas formas de laços sociais, mas o que convido você a fazer é refletir os efeitos que as métricas de vaidade causam em sujeitos que abrem mão do conteúdo em nome da busca desenfreada por views. 
 
É como se o sujeito só existisse quando visto por esse Outro. E isso tem consequências, principalmente quando a métrica não responde a demanda. É como se a pessoa sentisse que deixou de existir, de ser e de estar. O unfollow passou a ter o mesmo peso e consequências de um término, há um luto perceptível nos discursos. 
 
Pode parecer exagero para alguns eu apontar isso, mas é porquê talvez não escutem atrás de um divã, pois, trago isso da minha própria clínica. É frequente e precisa ser refletido por nós, afinal a existência não pode ser medida por likes.
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