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Publicado: Segunda-feira, 19 de março de 2012

Sonho ou realidade?

Eliza viveu ao lado do pai desde a mais tenra infância. Não sabia nada a respeito da mãe, pois o pai negava-se a falar dela e ficava zangado quando ela insistia em perguntar.

O pai a amava a seu modo. Cuidava dela, vivia para ela, mas tinha muitas esquisitices. Não deixava que ela saísse de casa, tivesse amigas, sequer pensasse em namorar. Não a mandou a escola. Ele mesmo ensinou-lhe a ler e escrever.

Eliza adaptou-se a essa vida e seus dias transcorriam tranquilos e vazios. Não trabalhava, não estudava, não saia de casa.

Sem qualquer objetivo na vida, Elisa entregou-se aos sonhos e às fantasias.

Imaginou para si outra família, outra situação e, é claro, um namorado com quem se casaria um dia e teria muitos filhos.

Tudo foi plasmado em sua imaginação com todos os detalhes e ela chegava a sentir-se feliz no seu mundo imaginário.

.Alberto, o namorado era perfeito, bonito, rico, educado e muitos etcs.

Plasmou-o de tal forma em sua imaginação que ele passou a ser real para ela. Imaginar sua vida a seu lado, seu casamento com ele, o nascimentos dos filhos, a família numerosa, fazia-a feliz, mais feliz do que se fosse real, pois a realidade nunca é tão completa.

O tempo passou, o pai se foi e ela envelheceu solitária. Só Alberto permaneceu com ela animando seus devaneios e preenchendo seus sonhos.

Até que naquela noite enluarada, convite ao romance e a ousadia ela levantou-se pé ante pé deixou a casa disposta a dar uma volta pelo jardim.

Foi então que o milagre aconteceu.

Ouviu alguém chamá-la e antes mesmo que o visse sabia que era ele.

Alberto correu ao seu encontro, tomou-lhe a mão e os dois foram andando e depois volitando até perderem-se entre as estrelas.

No dia seguinte a empregada estranhando sua demora em levantar-se entrou em seu quarto.

Ela estava imóvel com um leve sorriso no rosto. A boa serviçal emocionada só pode murmurar:

— Que Deus a tenha!  

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