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Publicado: Segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Só se der

Rogério estava desesperado. Já tinha gasto todo seu dinheiro no jogo e tinha compromissos urgentes para saldar.

Que desgraça!

Na semana passada a sorte estivera a seu lado. Ganhara um bom dinheiro pagara suas contas e dera uma boa quantia para a mulher que diante dela acabou por perdoar-lhe as noites passadas no cassino e a insegurança em que viviam.

Tiveram um fim de semana como não tinham há muito tempo. e ele se animou a jogar mais ainda, na esperança de que a boa sorte continuasse, mas, já gastara todo seu dinheiro, fizera dívidas e não ganhara nada.

Atordoado por umas doses de bebida, necessitado de umas horas de sono, sobretudo, aflito com a situação ela parecia ver a roleta a sua frente rindo dele e teimando em parar no lugar errado.

Tinha ímpetos de atirar-se sobre a mesa e agarrar as fichas que iam para outros bolsos.

Por que será que a gente tem a impressão de que para os outros as coisas são mais fáceis? Que só com a gente que a sorte faz falsetas?

Alguém lhe bate ao ombro:

—Vamos fazer um negócio? Eu lhe dou quinze mil reais pela sua casa.

—Mas a minha casa vale muito mais do que isso.

—Eu sei. A casa é apenas uma garantia. Com esse dinheiro é impossível que não consiga ganhar o suficiente para me pagar os quinze e ainda ficar com outro tanto.

Rogério aceitou a proposta e colocou todo o dinheiro em uma arrojada aposta.

Se der o preto dezesseis eu tiro o pé do atoleiro, pensou.

Só se der... Mas, será que vai dar?

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