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Publicado: Terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sinto desapontar meus leitores: o mundo não acabou

Pois é. O tão esperado e amplamente divulgado “fim do mundo” não aconteceu. Muitos respiraram aliviados, alguns ficaram frustrados e outros tantos continuaram indiferentes.

O que teria acontecido? Deus mudou de ideia? Os astrólogos e videntes falharam?

Um texto de minha autoria, publicado inicialmente no primeiro semestre: 2010 – O Fim de Um Mundo rodou o mundo. Como dizem: virou “viral”. Recebi e-mails do Brasil inteiro, e de alguns outros países também. Foi até publicado, o tal texto, na revista “Planeta” (você pode ler o texto na íntegra, no blog do meu site www.carlosmaltz.com.br/blog)

Qual seria o motivo de tanto sucesso se é apenas um texto astrológico técnico, falando sobre a “grande cruz” cardinal, um aspecto astrológico que está constelado no céu entre Julho e Agosto?

Ah, meus amigos, é só falar no tal... No tal do fim do mundo, que a caixa de e-mails “bomba”.

E olha que dessa vez eu já deixei bem claro do que se tratava desde o título: o fim DE UM mundo. Vamos ver o que o texto original diz:

... “Como podemos ver, este alinhamento marca o início de uma mudança radical. As pessoas estão fazendo barulho a respeito de 2012, mas na verdade, o mundo acaba mesmo, é em 2010... Pelo menos o mundo tal qual o conhecemos até aqui... O que está vindo pela frente? Quem tiver olhos, verá... Um velho mundo morrendo, e um outro, novo, nascendo... Todo esse transtorno e esse “rebuliço” em nossas vidas são as mudanças chegando e batendo na porta dos nossos velhos estilos de vida, que se defendem como podem... Será que estamos dispostos a mudar? Será que sabemos o que precisamos mudar? Ou será que ainda estamos pensando que os problemas em nossas vidas são causados pelo ex, pela ex, pelos filhos, a sogra, pelo Lula, pelo Arruda, por nossos inimigos, Deus, o diabo, etc.? A Tsunami da transformação planetária está batendo na praia. Ou pegamos essa onda e vamos com força para a frente, ou ela nos pega e quebra a espinha dorsal de nossas resistências. A hora de mudar é agora. Se a sua vida já está de pernas para o ar e você não está dando conta sozinho, procure ajuda. Um médico, padre, psicólogo, terapêuta, astrólogo, um amigo de verdade... Enfim, alguém que possa te ajudar a se enxergar, que nós não viemos equipados de fábrica com espelho retrovisor. Somos todos muito hábeis para enxergar cisco no olho do irmão, e cegos para ver a trave em nosso próprio olho”...

Os eventos cósmicos geralmente acontecem em uma velocidade e profundidade psicológica que não cabem nas vitrines rápidas e sensacionalistas da grande mídia de hoje. As transformações costumam acontecer ao longo de alguns anos e se dão no interior das pessoas.

É o fim DE UM Mundo, não o fim físico do nosso globo, mas sim, de UMA FORMA de viver, de se relacionar com os outros, e com o próprio Planeta.

E isto já está acontecendo. Dentro de nós. O texto está o tempo todo falando da necessidade urgente que nós, seres humanos viventes nesse final da Era de Peixes e início da Era da Aquário temos de nos transformar, de mudar a frequência vibracional que atualmente comanda nossos corações e mentes. De mudar a NÓS MESMOS!!!!!

E como é difícil falar sobre auto-transformação para esse mundão materialista e sensacionalista em que estamos vivendo... Esta civilização sem alma e sem espelho retrovisor...  Vejam como o texto foi compreendido, vejam o que foi que as pessoas entenderam...

Mas eu entendo o povo...

Eu também gostaria que a humanidade, ou alguma parte dela fosse realmente capaz de dar um salto quântico em sua caminhada evolutiva e entrar assim, de uma hora pra outra em um novo momento, um novo movimento em direção à Luz, harmonia, paz, fraternidade.

Quem é que não está cansado dessa “terra de gigantes que trocam vidas por diamantes?”. Quem é que não está cansado de tanto egoísmo, brutalidade, materialismo? Quem é que não está cansado de tanta burrice pós-graduada, de tanta roubalheira especializada... Da coisa pública? Quem é que ainda não está exausto de tantos relacionamentos frustrados, de tanta traição, tanta falta de amor disfarçada... Tanta pobreza espiritual justificada por um existencialismo barato? E do consumismo desenfreado... De coisa e de gente...  Que não preenche o vazio imenso que carregamos no peito... O vazio... Que os alemães chamam de “angst”... Que só faz engrossar os lucros bilionários dos fabricantes de ansiolíticos?

Que pai ou que mãe ainda não está cansado de ver tantos filhos afundando no álcool, na droga, na depressão, no suicídio?

Quem não está?

Por isso ele faz tanto sucesso... O tal do Apocalipse...

Senhores e senhoras, Agosto de 2010 já chegou.

E aí, o que aconteceu? O que vai acontecer?

Sinceramente, não acredito que nada muito espetacular vá acontecer. Sinto desapontar os meus ávidos leitores. Nada que já não esteja acontecendo... Devagar, bem devagar, que “assim caminha a humanidade, com passo de formiga e sem vontade”... Como bem diz o Lulu Santos...

No ano de Mil Quatrocentos e Oitenta e pouco, um significativo aspecto cósmico no céu, levou alguns astrólogos a preverem o “fim do mundo”. Aparente-mente nada aconteceu. Astrólogos caíram em descrédito, talvez um ou outro tenha ido parar na fogueira (prática comum naqueles dias), e o barco da “mesmice” seguiu sua viagem.

Hoje sabemos, que aquela foi a data de nascimento de um cidadão chamado “Martinho Lutero”. Esse homem teve a “ousadia” de se indignar, e levantar sua voz contra algumas atitudes da IGREJA, que ele não considerava corretas.

O problema é que naquele tempo a IGREJA se considerava uma REPRESENTANTE INQUESTIONÁVEL DE DEUS NA TERRA, e com sua MÃO DE FERRO esmagava qualquer um que pensasse em questioná-la. “Lutero” teve força suficiente, não apenas para “encarar a fera”, mas também para RACHÁ-LA AO MEIO, dando origem ao Protestantismo, abrindo o caminho para as TRANSFORMAÇÕES radicais que vieram logo depois.

O MUNDO DA IDADE MÉDIA havia chegado ao fim.

A grande cruz está desenhada no céu de Agosto... E daí? Será que a Natureza vai mesmo nos dar um chega pra lá? Será que nós não temos nada melhor para fazer do que ficar esperando que Ela faça por nós, o que é nosso dever?

Será que os coreanos, os iraquianos, os chineses, os israelenses vão mesmo apertar o “botão vermelho”?

A grande cruz está desenhada

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