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Publicado: Terça-feira, 2 de junho de 2009

Sincronicidade, Plutão e o acidente da Air France

Sincronicidade, Plutão e o acidente da Air France
Vejam a impressionante “coincidência” da linha de Plutão retrógrado no ascendente da hora do voo AF447, com a rota na qual aconteceu o sinistro. A linha preta que no mapa ao lado se projeta à direita na direção da África é a linha de Plutão ascendente “riscando” a rota dos Grandes Mistérios. Poderíamos nos perguntar: - sincronicidade?  

O voo AF447, que pretendia ligar o Rio à Paris, decolou às 19h03, do dia 31 de maio do Aeroporto do Galeão. Plutão pousava sobre a linha do ascendente.
O avião levantou voo na mesma direção da linha que Plutão no ascendente desenha sobre o planeta Terra, atravessando o Oceano Atlântico sob o “campo de significados de Plutão”. Ainda não se sabe a que destino chegou. Poderíamos até suspeitar de sequestro, raios, explosão por qualquer motivo que seja, para as imaginações mais férteis, de abdução por extraterrestres, mas o que é certo, a sorte de todos aqueles viajantes está na esfera do tema preferido de Plutão, os mais profundos mistérios.

Talvez porque saibamos inconscientemente que a morte encontra-se no futuro, tenhamos medo de olhar sem reservas, e com a devida precisão a direção que seguimos. É essa sem dúvida a principal dificuldade ou limitação da mente quando intui, ou intenciona algo do porvir: há no futuro a existência prévia de todas as possibilidades.

Não sei se viveríamos mais felizes sabendo de nosso destino, ou se nos ausentaríamos de vez da consciência de nossas responsabilidades para nos entregarmos à melancolia e a tristeza, mesmo que o futuro nos reserve certezas de alegrias. Nada podemos fazer diante desse fato consumado: a certeza de que partiremos um dia e de que este dia encontra-se no futuro. Ler o futuro nos permitiria saber qual é esse dia, então desviamos o olhar dessa direção em função da outra certeza: de que ao menos AGORA ainda estamos vivos. E assim é até o último segundo.

É como se a vida fosse um grande baile. Alguns entram para tocar e dançar a noite inteira. Outros dançam algumas músicas com seus pares e logo se vão. E ainda há aqueles que apenas olham pela fresta da porta e se despedem mesmo quase sem entrar, e seguem seu outro destino.

Como astrólogo, procuro mais do que ferramentas para previsão de fatos, mas principalmente seus significados, pois estes sim podem ser transformadores da consciência do presente, enquanto o inevitável apenas atesta a nossa impotência diante do destino.

Através das lentes astrológicas que dispomos hoje, é relativamente fácil “pósver” ( ver após) um incidente, alguns fatores astrológicos que encontram correspondências simbólicas com as situações. Mas, e se pudéssemos ver antes, o que poderia comprovar cientificamente nossa capacidade de mudar o destino?

Eu mesmo já experimentei muitas dúvidas acerca da assertividade oferecida pelas técnicas de previsão e de aconselhamento astrológicos, do tipo: não faça isso nessa ocasião, ou: - passe seu aniversário em Paris! E nesses casos, o único que podemos fazer é atender ao chamado de nossa intuição. A impossibilidade de comprovar as asserções astrológicas pelo crivo dos métodos científicos se deve à irreversibilidade do tempo. É simples assim, não podemos repetir uma mesma experiência duas vezes no tempo. Um momento ocorre, é único, e jamais se repetirá. O tempo não pára, não espera, não anda para traz, apesar de podermos atrasar os relógios, aquelas condições únicas de espaço e tempo, jamais se repetirão. Não temos como comprovar cientificamente que a situação ocorreria de outro modo se não fizéssemos daquele jeito, naquele momento, ou se fôssemos passar o aniversário em outro lugar. Não podemos nascer de novo para ver como seria nossa vida com outro mapa.

Assim sendo, precisamos confiar em nossa intuição, ou aprender a desenvolvê-la mais, para ancorar decisões nessa função da mente que em muitos está atrofiada, devido ao excessivo racionalismo científico de um lado, e pelos dogmas religiosos do outro. A intuição está disponível para todos, pois é da natureza humana intuir, e perceber, com a mesma naturalidade dos pombos que voltam aos seus ninhos mesmo quando largados a centenas de quilômetros de distância, que destino deve seguir.
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