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Publicado: Segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ser cristão é ser Igreja!

“A religião é a mais radical de todas as disposições e capacidades do espírito humano”. (Max Acheller)

Temos dito algumas vezes que, embora devamos ser família, isso nem sempre se verifica. Igualmente, somos chamados a ser Igreja, mas nem sempre o somos. Ambas não são tarefas fáceis.

Nossa Igreja é Cristo; cabeça e corpo; o Salvador e seus seguidores. Através do Batismo somos enxertados no Corpo Místico de Cristo. Nossa sobrevivência espiritual depende da “seiva” que retiramos dessa ligação; como na parábola da videira, a vida dos seus ramos provém do tronco, portanto, se forem “desligados” acabam morrendo.

Infelizmente é o que acontece em nossos dias: a ação da sociedade tem “matado” as convicções religiosas de nossas crianças, adolescentes e jovens; a família já não tem mais uma influência determinante nas escolhas dos filhos e estes não são suficientemente instruídos e educados na fé. Isso faz com que se tornem seguidores do mundo e não do Cristo.

Deixam portanto de ser cristãos verdadeiros e participantes da vida da Igreja.

Estamos vivendo uma crise de valores que afeta a pessoa, a família e a Igreja.

Somos todos humanos, frágeis, susceptíveis, influenciáveis e pecadores; somos tanto a sociedade como a Igreja.

Ninguém duvida de Cristo, ninguém nunca se decepcionou com Ele, nem vai se decepcionar. Por isso, ainda, muita gente “é” cristã. Não podemos nos esquecer que ser cristão de nome não basta, é preciso colocar em prática o que o Cristo nos ensinou, justamente no meio em que vivemos, do qual a Igreja deve ser parte integrante.

É claro que ser Igreja, ser cristão é difícil. Cristo no céu é uma coisa, ver o Cristo nas pessoas é outra; há mais cobranças, compromissos, responsabilidades...

Por outro lado, não são raras as situações em que as pessoas se decepcionam com a Igreja, achando mesmo que ela contém falhas e incoerências demais. Não é difícil acharmos que “essa não é a Igreja de Cristo”.

Isso tudo, no entanto, não nos autoriza a separarmos Cristo da Igreja. Ele é a Igreja, ou como melhor se expressa o nosso papa: “Cristo subsiste na Igreja”. Aliás, a Igreja católica é a única apostólica e fundada por Cristo. E o que é Igreja senão a comunidade daqueles que se dizem seguidores de Cristo? Como seguir Cristo sem ser Igreja? Como ser cristão sem comungar com a Igreja? Muitas pessoas, decepcionadas com a Igreja, têm tentado viver o cristianismo de modo particular contrariando o desejo do próprio Cristo que se fez gente, se fez Igreja para ficar conosco de modo definitivo; por isso a Sua Igreja é eterna, apesar das nossas imperfeições.

A Igreja não é algo abstrato, mas uma comunidade, que só existe e se sustenta pela parte divina, seu alicerce e pela fé dos seus membros em Cristo. Da relação que temos com Cristo depende a relação que temos com nossos irmãos.

A missão da Igreja é a construção de uma nova humanidade. O cristianismo compromete verdadeiramente o homem até o mais profundo de seu ser. Mas é preciso ser cristão inteiramente, com a coragem de deixar de lado tudo o que pode constituir impedimento a isso. Mas sozinho o homem não é capaz de opções tão decisivas. Precisa de Cristo, da sua Igreja. “Só na Igreja é possível ser cristão, não ao lado da Igreja” (Bento XVI).

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