Colunistas

Publicado: Sábado, 27 de outubro de 2012

Senhor, até quando?

Crédito: Qawtbuddin Khan/Associated Press Senhor, até quando?
Menino que perdeu pai em ataque suicida.

No último sábado, levantei-me da cama mais cedo do que de costume, para ficar mais tempo sem fazer nada.

Fiquei aguardando a chegada da Folha, da qual sou dependente, desde que aprendi a ler.

Corri os olhos pelo jornal e ative-me ao caderno mundo com uma imagem chocante de um menino, que perdeu o pai em ataque suicida. Diz a legenda da foto que ele vagava próximo a um hospital em Maymaneh, no norte do Afeganistão, após o atentado, o que justifica o seu traje hospitalar manchado de sangue.

A notícia é corriqueira. Todos os dias, vemos em todos os jornais, notícias de atentados, guerras, tragédias, mortes, assassinatos, roubos. Mas aqueles olhinhos assustados, com a expressão clara da dor, pedindo socorro e perguntando o porquê de tanta estupidez, são inesquecíveis e marcantes. Senti vontade de pegá-lo no colo. É o que eu faria se estivesse por perto. Mesmo porque, isso seria uma das poucas coisas que eu poderia fazer para amenizar um pouco os estragos causados pela loucura dos homens.

Fico me perguntando: o que existirá de tão significativo para justificar tamanha dor? Será que o mundo nunca vai ter um pouco de paz?

Lembrei-me de uma frase simples e verdadeira que os caminhoneiros adoram: Cristo, última esperança! Assim fiz uma oração, pedindo a Ele que ilumine os homens, que faça desaparecer a ganância. Que faça desaparecer de uma vez as guerras. Que plante no coração de todos os homens a paz. Que ampare os órfãos da guerra como esse anônimo afegãozinho, que a partir de agora seguirá na vida sozinho.

Até quando Senhor, veremos imagens como estas? Não suportaremos tanta dor.

EDSON BONI
 

Comentários