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Publicado: Terça-feira, 31 de maio de 2011

Seguro antissobressalto

Muita gente confunde cartão de assistência ao viajante com seguro saúde. É verdade que ambos oferecem cobertura à saúde do portador, mas as semelhanças terminam por aí. O cartão de assistência vai além do pagamento de médicos e dentistas em casos de acidentes ou enfermidades que ocorrem em viagens. Inclui diversas modalidades, desde o auxílio financeiro no extravio de bagagens, traslados devido a enfermidades ou acidentes, despesas por atrasos ou cancelamentos de voos até suporte jurídico, perdas de documentos e de cartões de crédito, entre outros.

Outra vantagem é que o pagamento da assistência é feito diretamente ao prestador de serviços, sem exigir adiantamentos financeiros por parte do passageiro. Por isto, a modalidade está se tornado cada vez mais aceita, não só entre viajantes individuais, mas também no mercado corporativo. "Houve um crescimento de cerca de 50% nos últimos dois anos, com uma perspectiva de expansão de 25% ao ano", explica o argentino Ricardo Román, presidente da Associação Brasileira de Cartões de Assistência (ABCA) e vice-presidente executivo da Travel Ace International, uma das 11 empresas associadas que representam 90% deste mercado.

A meta é ampliar a utilização do produto pelo viajante brasileiro. Segundo a associação, apenas 32% deles embarcam com algum tipo de proteção, entre cartões de assistência, crédito ou seguro, enquanto na Argentina o número sobe para 65%. Ele explica que as adesões de viajante ao cartão de assistência tem se expandido graças à incorporação deste serviço como um diferencial dos pacotes turísticos das operadoras.

Com estimativa que 90% do uso é em viagens internacional e 10% para trajetos no País, ele acredita em outro fator que contribui para o crescimento: "com o desenvolvimento econômico e social, houve uma mudança no comportamento dos consumidores brasileiros, que, cada vez mais, adotam medidas de prevenção e sabem que planejar garante economia".

O cartão de assistência não é novo. Surgiu há meio século na França e Espanha e tornou-se requisitado no Brasil por duas razões: preocupação das agências em arcar com custos de incidentes impostos pelo código do consumidor; e resultado do tratado de Schengen, que condiciona o acesso de estrangeiros em 15 países da União Europeia a um seguro de 30 mil euros.

Além da Travel Ace, várias empresas oferecem em seus portfólios produtos que variam de acordo com o tipo de viagem, viajante, faixa-etária e destino. Com a meta ambiciosa, de que em três anos metade dos viajantes brasileiros portem cartões de assistência, a ABTA já determina sua prioridade: as agências de viagem. Uma pesquisa dá a dimensão do desafio. Enquanto 45% das 3,3 mil associadas à ABAV oferecem opções de hotel para quem compra ticket aéreo e 12% ofertam locação de automóveis, apenas 3% indicam a alternativa. 

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