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Publicado: Segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Segunda-feira

Crédito: Marcelo Rayel Segunda-feira
Um dia a gente chega lá

Segunda-feira é segunda-feira em qualquer lugar. Se o dia amanhece nublado e/ou chuvoso, aquela vontade de ficar na cama. Se o sol brilha, o deboche de não ter aparecido tão resplandecente no dia anterior.

No caso de você morar numa cidade onde tudo é longe, o clube é longe e tem de se pegar a estrada para aquelas paradisíacas cachoeiras, rios e corredeiras, talvez haja algum alento quando a segunda é ensolarada. Mas quando se mora numa cidade de praia onde tudo é perto, é um suplício. Especialmente se a linha de ônibus tem de obedecer algum itinerário que passa justamente na avenida que passa ao longo dos jardins e da praia.

Sim, é um tremenda lenda urbana morador de cidade praiana preferir ir à praia na segunda de manhã e perder o emprego. Até mesmo profissionais liberais acordam cedíssimo para realizar as tarefas do dia. O sonho de morar em cidade de praia para tomar banho de mar todos os dias pode se concretizar em duas situações: se você estiver aposentado(a) ou desempregado(a).

No mais, rala como qualquer outra pessoa no planeta. A mesma coisa. Tudo bem que quando chega o fim-de-semana, se o tempo colaborar, todos ao sol. O que também não é muito diferente em qualquer outro lugar do mundo. De repente, o hábito é o mesmo. Só muda o cenário.

Quando o assunto é Santos, até as manifestações são comedidas. Mas quando se trata de praias do nordeste, lascou-se. Baixa uma imagem de paraíso na cabeça da pessoa onde não se precisa trabalhar. Engano... Nunca se trabalha tanto num restaurante, pousada, hotel e congêneres em localidades como essas.

Mas, de onde o ser humano tira da cabeça o paraíso diário, onde é só ir para a praia e o dinheiro crescer em árvores?

Não sei. Seria o caso de perguntar a Adão e Eva. Eles foram os que mais estiveram perto desse ideal de praia todo dia. Costumo chamar esse desejo do ser humano de desejo fundamental. No mesmo pé de igualdade do sexo e da alimentação. Quem é que não sonhou com aquela maneira maquininha dos Jetsons onde era só apertar o botão e a comida já estava pronta?

Como boa parte da humanidade não nasceu em berço rico, como não desejo o desemprego de ninguém e provavelmente sua aposentadoria está um pouquinho longe, é hora de fechar a janela dessa coluna e encarar o batente. Quem sabe, num golpe de sorte, ou com a ajuda da loteria, você não se junta à gente nesse pedaço dos mares-do-sul?

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