Colunistas

Publicado: Sexta-feira, 7 de junho de 2013

Se alguém disser: "você é um incompetente!"

Se alguém disser: "você é um incompetente!"

...talvez essa pessoa tenha razão!

Eis um assunto bem polêmico que envolve um conceito que permeia muitos outros e é utilizado equivocadamente por pessoas, veículos de comunicação e empresas (que inclusive fazem processo de seleção por competências muitas das vezes!): competências.

E você? Já usou esta célebre frase: “fulano é um incompetente!”?

Independente da situação ou da justificativa para valer-se dessa frase no calor de uma discussão, pode ser que você estivesse realmente certo à luz do conceito de competência!

Muita gente confunde competência, habilidade e talento, portanto, aí vão boas definições sobre esses conceitos:

  • Competência: segundo a minha colega Eliana Gavioli, editora-chefe aqui do Mural do Coach, a competência é um processo que opera em um contexto de alto nível de variabilidade e complexidade no qual o indivíduo provê uma resposta simples, ágil, econômica, sistêmica e efetiva para uma situação que ele provavelmente esteja enfrentando pela primeira vez. (Leia mais sobre o que é competência no artigo da Eliana - http://muraldocoach.com.br/o-que-e-competencia-afinal/)

  • Exemplo: um palestrante performando para 400 pessoas, quando uma delas o interrompe e lhe faz uma pergunta muito difícil que ele não sabe responder. Ele, então, rapidamente consegue fazer o público rir com sua fala mesmo não sabendo a resposta para a pergunta. Podemos dizer que esse palestrante detém uma competência de comunicação eficaz, por exemplo.

  • Habilidade: manifestação prática de atitudes e comportamentos no dia a dia em nível inconsciente (quando se detém a habilidade no mais alto nível). Habilidades são parte integrante das competências e se aperfeiçoam pelo  é u muito praticar; são um importante e necessário input para que uma competência se manifeste.

  • Exemplo: o mesmo palestrante que detém a competência de comunicação eficaz tem, dentro dessa competência, uma importante habilidade de dicção. Como toda habilidade, ela foi desenvolvida por repetidas performances de palestras, apresentações e conversas em reuniões.

  • Talento: comumente é definido como sinônimo de aptidão. Trata-se de uma capacidade inata e adquirida, ou seja, os indivíduos nascem com um potencial para performar algo com excelência, porém há a necessidade de aperfeiçoamento, interesse, aprendizado, relacionamento interpessoal, interação, hábitos, dentre outros.

  • Exemplo: o mesmo palestrante pode ter o talento para a fala em público desde pequeno. Ele valeu-se desse potencial, o explorou, desenvolveu habilidades (inclusive a de boa dicção), adquiriu conhecimento sobre o tema, buscou se qualificar nisso e teve atitudes que lhe proporcionaram todo o inputnecessário para o desenvolvimento da competência de comunicação eficaz.

Percebeu as diferenças? Pois é! E muita gente confunde! Ser competente em algo está longe de ser o mesmo que ter habilidade ou mesmo de ser talentoso para desempenhar isso.

Para tornar-se competente em algo, é preciso buscar conhecimento, habilidades, qualificação e ainda ter atitudes que permitam INICIAR o processo de desenvolvimento dessa competência!

Por isso, talvez nem seja tanta ofensa assim ser chamado de incompetente! É bem desafiador e é preciso suar bastante a camisa para poder dizer com propriedade: sou competente!

Quer ser realmente bom no que faz? Então, busque mais do que habilidades, mais do que conhecimento, mais do que qualificação e mais do que explorar o seu talento: faça tudo isso junto e misturado e agregue valor à sua empresa ou trabalho, à sua própria vida e às pessoas à sua volta sendo VERDADEIRAMENTE competente!


Bibliografia:

GAVIOLI, Eliana. O que é competência afinal? Mural do Coach. 2013. Disponível em: http://muraldocoach.com.br/o-que-e-competencia-afinal/

Atração e retenção de talentos humanos como estratégia organizacional, na embrapa pantanal - município de Corumbá/MS. UNIDERP. 2006. Disponível em:http://www.cpap.embrapa.br/teses/online/MON07.pdf

Comentários