Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 12 de junho de 2006

São Francisco

Rotas amarras
Que o prendiam
À terrenal vitória,
Viaja liberto, impalpável, desafiante,
volátil no tempo,
Imantando agulhas, orientando nortes,
Em movimento sutil
Incontido, alado e ascendente
De espiral constante.
Transcendente ! . . .
Projetando-se em confronto
De sua essência humana,
Da rude crueza e dualidade
Da matéria consciente.
Na soberana sutileza e unicidade
De perene vôo.
Planando espaços únicos, infinitos,
imprevisíveis, nas lutas incomensuráveis do espírito,
transformando-se mágica e conscientemente
Em “pomba de paz”
Fluindo, influindo, inspirando,
Emergindo de si
Lúcida esperança
De esplendorosa luz,
Sem pompa, falsa modéstia, gáudio ou agrura,
Íntima amargura de cruz terrena,
Na serenidade, na cordura e no confronto,
na ação vital samaritana do amor
E, desafio do próprio esplendor do seu espírito.

Erasmo Figueira Chaves
Feito em 6/9/1988 para a interpretativa “Escultura de São Francisco” de minha autoria, em Exposição na Biblioteca Municipal de Cabreúva

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