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Publicado: Domingo, 27 de janeiro de 2013

Santa Maria

Crédito: Internet Santa Maria
Santa Maria abraça cada uma das vítimas.

Nunca fui à Santa Maria (RS). Mas ao despertar na manhã de ontem, foi como se estivesse imediatamente lá. Um sábado normal daquela cidade transformou-se em uma tragédia. E o brasileiro, solidário por natureza, comoveu-se em todos os cantos do Brasil.

Não irei me referir ao caso, que está mais que divulgado na mídia nacional. O ocorrido desperta em mim, novamente, a reflexão de como a vida é efêmera, frágil. Por causa de um material pirotécnico, um simples sinalizador, daqueles que tanto se usam em estádios de futebol, mais de 200 vidas se foram.

Fico pensando nas horas anteriores dessa tragédia. Os jovens se arrumando, a banda passando o som, os seguranças checando listas de presença. Alguns pediram bença aos pais e partiram. Outros nem se despediram antes de sair de casa. Tantas vidas, tantas realidades diferentes. E depois de um acidente, todos juntos num velório coletivo.

Vidas se vão diariamente. E nem precisamos de uma tragédia para perceber isso. Para os que não têm fé na verdadeira vida, ficam a revolta e o desejo de punir os responsáveis. Os que têm fé na vida verdadeira, vão além. Claro que se revoltam e desejam ver as leis serem cumpridas. Mas acreditam que os mortos encontrarão repouso na morada celeste e que Deus irá consolar os familiares e amigos.

Os seres humanos possuem a mania de classificarem-se. O que mais fazem é atribuir rótulos uns aos outros. É um julgar permanente, com base nas aparências e nos preconceitos. Mas a Morte nos une. Para ela, não há classificações ou preconceitos. Tudo o que respira cai diante dela.

 Santa Maria sofre com a morte de seus filhos. E nós sofremos também, porque já perdemos tantas pessoas queridas e, sabemos bem, perderemos ainda muitas mais. Maria de Nazaré sofreu a maior das dores: seu Filho amado morto em seus braços, simplesmente por ter nos ensinado a amar de verdade.

Hoje, Maria de Nazaré tem em seus braços cada uma das vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul. E chora por todas elas. Mas Maria vai além: também apresenta as vítimas ao seu Filho amado. E o Nazareno certamente as acolherá, com sua Misericórdia, na morada eterna.

Amém.

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