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Publicado: Quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Salvem a dona Baratinha!!!

Ela é pequenina, menos de um metro e meio, lépida. Está sempre aparecendo diante dos alunos sem que eles esperem. Pegou por isso o apelido de BARATINHA.

Nordestina, sem instrução, chegou à Escola Oswaldo Aranha no Brooklin (SP) há muitos anos. Conhece cada aluno, e cada turma que se forma e vai embora, leva um pouco do coração da dona Baratinha.

Empenhada, como seu emprego é instável, ela faz tudo para mantê-lo. Gosta dos alunos. Ninguém escapa de seu olhar profundo e doce. Enérgica quando precisa, sem ser agressiva.

Está sempre circulando, solícita e gentil com todos, numa energia que nem ela mesma saberia dizer de onde vem. Continua no mesmo passo de anos antes, quando apareceu na E. E. Oswaldo Aranha.

Nessa escola não se ouviu falar de aluno usando droga no banheiro, não teriam nenhuma chance.

A qualquer momento pode aparecer a dona BARATINHA, que não vai se fazer de cega.

Fez da escola, além de um local de trabalho, a sua segunda casa.

Seu salário é pouco e se não fosse o amor, o salário por si só não justificaria tamanha dedicação.

A Diretora da escola é enfática: ela é a melhor inspetora de alunos que eu já conheci.

Fez o concurso e não foi aprovada.

Outra mais jovem e preparada passou e escolheu a escola para trabalhar.

Dona BARATINHA entrou em choque. Chora só em tocar no assunto, angustiada.

Uma funcionária pública pode ser boa inspetora, claro que pode. Ninguém é insubstituível, mas o amor e a dedicação que a BARATINHA tem pela escola e pelos alunos é singular e comovente.

Na idade que está, sem instrução, dificilmente vai conseguir outro emprego, principalmente porque as escolas estão todas fazendo o concurso.

Ela conhece a Escola Oswaldo Aranha como a palma de sua mão, cada canto, e assistiu cada pintura, dá conta de cada torneira que vaza, numa dedicação comovente e cômoda para a direção da escola. Sei não, mas a dona BARATINHA, do jeito que está triste, periga não aguentar. Periga ficar doente…

A Escola, os pais e alunos vão perder uma figura com fidelidade canina, que fará muita falta.

Os pais com ela podiam ficar seguros. Segurança é tudo.

Periga a falta que a Dona Baratinha vai fazer, não ser completada por ninguém em prejuízo de todos. É um risco.

QUEM PODE SALVAR A DONA BARATINHA?

Virar nome de escola por tamanha dedicação, não vai adiantar muito depois que ela se for.

VAMOS. O QUE SE PODE FAZER PARA SALVAR A DONA BARATINHA?

Ela não tem dinheiro na caixinha e não gosta de dançar o “tcha-tcha-tcha”, nem quer se casar. Ela só quer continuar trabalhando numa escola pública que precisa muito dela também e os entraves burrocráticos não permitem que a diretora tenha autonomia para contratá-la.

COITADA DA DONA BARATINHA…. QUEM PODE SALVÁ-LA?

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