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Publicado: Sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Sabes com quem está falando

É na trilha desta expressão que segue esta crônica. Não sei se ela atenderá a algumas inspirações, mas sei que, se buscarmos os mesmos paradoxos, seremos capazes de encontrar algumas respostas.

A vontade de colocar este assunto à baila decorre de um incidente acontecido há um tempo, com um voo da TAM envolvendo um graduado militar. Lembrando com detalhes do ocorrido, o que, aliás, rendeu muita notícia na imprensa e na mídia.

Sem entrar no mérito da questão, diríamos que as intenções do militar em fazer voltar da pista uma aeronave que se preparava para decolar, tenham sido as melhores possíveis, mas o resultado foi um desastre.

Parece que o militar quis usar com as prerrogativas militares que lhe são conferidas e isso lhe rendeu vaias dos passageiros. São coisas da vida, mas acredito que foi uma situação bastante desagradável.

O pior é que o problema nem está em discutir quem tem ou deixa de ter razão. A discussão central está, talvez, no mau uso de autoridade.

Vivemos num mundo superestressante. Sempre estamos sujeitos  a deparar com pessoas dos diversos tipos : o emburrado, o insatisfeito, o gozador, o cara empinado... E afinal, como conviver com essas pessoas. Isso, sem falar das pessoas privilegiadas que esbanjam poderes para que os outros reconheçam que eles pertencem ao andar de cima.

Ora, acontece que esse tipo de pessoas não aceita serem criticadas, elas entendem que quando surge uma manifestação de desagrado é por inveja, ou seja, indiretamente, de reconhecimento de seu status.

Ser simpático e humilde não custa nada e sempre traz bons resultados. Existem pessoas de um belo patamar, com posições de destaque, a quem, decerto, indicaríamos, com o maior prazer, como modelos em se relacionar com os outros, principalmente com aqueles que estão em situações inferiores em determinados momentos.

Está certo que em algumas circunstâncias é pedir demais manter a calma. Claro o tempo ajuda. Mas nada impede que os mais privilegiados deixem de se preocupar também com a ostentação de suas conquistas e procurem descobrir a beleza e o mérito que todo ser humano tem. Cabe, indistintamente, a todas as pessoas demonstrar, sem arrogância, sua bagagem de vida com respeito ao outro.

Sabemos que não é fácil com a fascinação do poder. Diz o ditado popular: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, mas é preciso tomar muito cuidado.

Apesar de tudo, e levando em conta o que tantos já viveram esse tipo de experiência, seria tão bom se essas coisas não estivessem acontecendo.

Ditinha Schanoski

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