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Publicado: Terça-feira, 29 de maio de 2007

Ruas por onde andamos - A idéia

Assistir à Missa na Igreja Matriz da Candelária na Rua Barão do Itaim; fazer compras nas lojas da Rua Sete de Setembro e na Rua Paula Souza, onde também se pode comer a famosa parmegiana no Bar do Alemão; participar da quermesse na Igreja Santa Rita, na rua que leva o mesmo nome ou visitar o antigo colégio do Patrocínio, da também Rua do Patrocínio.
 
Quem visita Itu, além dos templos e construções históricas, pode também percorrer por ruas que levam nomes de personagens históricos, nacional ou localmente relevantes. Ou seja, quem toma um chopinho no Tonilu, na Rua Sete de Setembro, ou deixa a cidade através da Avenida Prudente de Moraes, passa, à pé ou de carro, por trechos da história.
 
Mais do que estabelecimentos que acolhem turistas e ajudam a fazer a fama do município, as ruas de Itu, talvez de maneira pouco encontrada em outras cidades do estado de São Paulo, carregam forte conteúdo cultural e histórico, que fazem frente aos monumentos, fazendas de café, antiquários e becos que povoam os guias turísticos da cidade.
 
O projeto “Itu: ruas por onde andamos” nasceu justamente em um dia em que, apos assistir à missa na Igreja da Matriz, atravessei para a Sete de Setembro, passando para a Floriano Peixoto, onde fui ao banco. Depois, ainda à pé, “desci” a Floriano sentido praça do Bom Jesus, subi pelo “Becão” até a Paula Souza, para tomar um café na Cafeteria Gamela.
 
Bom, senti-me como um andarilho da história. “Puxa, isso é fantástico”, pensei, apos meu último gole de café.
 
Barão do Itaim – Floriano Peixoto – Sete de Setembro – Paula Souza. O que seria, então, se não um passeio pela história do Brasil e, claro, de Itu?
 
Como jornalista e aficionado por História, não pude resistir à tentação de desenvolver algo nesse sentido, de esmiuçar um pouco da história que se encontra por trás desses caminhos pelos quais circulam diariamente milhares de ituanos e visitantes.
 
Da idéia, ao estudo do projeto (um processo contínuo, que prossegue até
hoje) e à execução das primeiras linhas, foram quase oito meses. Mas sinto que está valendo à pena.
 
O momento que carregam as principais ruas de Itu, bem como a memória de alguns de seus moradores e estabelecimentos mais ilustres, são exemplos da história viva da cidade, a qual, por mais que os anos roubem as testemunhas oculares dos fatos, preservam em nomes, construções e datas os grãos que juntos vão compondo a história de um dos mais importantes municípios do estado de São Paulo nos finais do século XIX, início do século XX.
 
Mesmo que, hoje, Itu não goze mais de tal pompa, fruto de anos e anos de administrações que cuidaram mais de deitar em berço esplêndido da História do que em desenvolver o município e cuidar para a divulgação de nosso rico caminho, desvendar os nomes que se encontram por trás dos caminhos pelos quais diariamente andamos serve, na melhor das hipóteses, para elucidar e divulgar quem são essas pessoas e datas que dão nome e significado a nossas ruas. Na pior, serve, ao menos, para satisfazer a curiosidade desse jornalista. 
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