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Publicado: Domingo, 7 de janeiro de 2007

Religião Secreta

Religião Secreta
"Não devemos professar a fé às escondidas"
Nos dias atuais o respeito humano é imenso. Mais do que nunca, o homem tem vergonha de declarar a religião que professa, para não se julgar fora do tempo, absolutamente imerso no materialismo. Ao entabular um negócio, ao pretender estabelecer um simples diálogo, precisamos, seguramente, saber com quem estamos nos comunicando: se trata de um católico como nós ou um evangélico, um espírita, um budista, um islamita e assim por diante.
 
Isso porque precisamos medir as palavras para não melindrar ninguém, não sermos considerados como intolerantes, radicais, autoritários e, principal e ligeiramente, para conhecer as condições íntimas fundamentais de cada um, consubstanciadas na religião que pratica ou adota.
 
Isso porque, não existem pessoas sem religião. Quando muito a religião é secreta para uso exclusivo pessoal e para não causar embaraços para ninguém. Os próprios ateus (muitos “graças a Deus”), que professam a religião de não acreditarem em Deus, geralmente aceitam a evolução da espécie e toda gama de novidades científicas. Proudhom disse “que no fundo de todas as grandes questões há sempre uma questão religiosa” (Pe. Leonel Franca, Liberdade e Determinismo pg. 76).
 
Entendo que em quase tudo pode estar presente a questão religiosa inclusive em fatos simples e banais. Desta forma, não encontro razões para tanto respeito humano, porque volta e meia precisamos descobrir a religião do fulano ou da fulana com que precisamos ter qualquer tipo de negociação ou relacionamento. Assim sob o pretexto de sermos tolerantes, educados, modernos, pretendendo não fazer qualquer tipo de discriminação, acabamos por nos configurar como pessoas inautênticas, sem personalidade, temerosas em declinar a religião que professamos.
 
Agora os cristãos, não apenas de nome, mas que praticam a sua religião, devem se lembrar ao menos daquela passagem evangélica de que ninguém, para iluminar, coloca a lamparina debaixo da cama, mas bem no alto para clarear mais e melhor. Assim, nós não devemos professar a fé às escondidas, como no tempo das catacumbas, mas proclamá-la alto e bom som (de cima dos telhados, como diz outra passagem), para que todos possam conhecê-la e segui-la.
 
Precisamos, portanto, abandonar essa mania de religião secreta, puro respeito humano e não nos escondermos, temendo o flagrante de deixarmos escancaradas as próprias convicções religiosas. Encontramo-nos em período de sérias crises, naturalmente porque o homem não procura se aproximar do seu Criador cumprindo as suas determinações e merecendo, portanto, ser castigado. Atos de terrorismo como o acontecido na Rússia com centenas de mortes, inclusive de crianças, não poderiam ser interpretados como mais um sinal da ira Divina? Que há algo de errado na Humanidade afora, aponto de não se entender como, passados mais de 2000 anos da Redenção, os caminhos do Universo ainda se encontrem turvos e tumultuados, isso há!
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