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Publicado: Quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Rede Windsor aposta em serviços e bons pratos

Há apenas 22 anos, munidos de cara e coragem, 30 sócios sem qualquer experiência no ramo de hotelaria se reuniram para comprar um hotel decadente no centro do Rio de Janeiro. Na aventura, eram capitaneados por José Orero, um espanhol que chegara ao Brasil aos 18 anos para trabalhar em restaurantes.

O grupo acreditou na visão de Orero de que aquele prédio antigo na movimentada esquina da Avenida Presidente Vargas com Rio Branco, quando recuperado, teria potencial para atender a executivos que vinham à cidade para fazer negócios. 

Junto com o Hotel Guanabara, ali nascia uma rede carioca voltada para o universo corporativo, um conceito até então mal captado pelos radares da concorrência, que concentrava suas baterias na vocação turística da cidade.

O faro de Orero para os negócios não decepcionou. Hoje os antigos 300 apartamentos do Hotel Guanabara já se expandiram a 540. Contando com 30 salas de reunião, o local é um sucesso.

Desde o começo, os dirigentes da nova rede acreditaram que o mais importante em hotelaria é encantar os clientes, principalmente os de negócios. Para isto, é preciso oferecer, além de boas instalações, serviços caprichados e uma excelente comida – esta, uma questão de princípio de quem trabalhou no setor de restaurantes. Tempos depois, veio a compra do segundo hotel, o Flórida, no Flamengo. Logo a seguir, o Windsor Palace, em Copacabana, e assim a cadeia Windsor nunca mais parou de crescer. 

A sua estratégia de concentrar investimentos no Rio de Janeiro, aproveitando que a maioria dos concorrentes cochilava e não aplicava em novas instalações, reformas ou treinamento dos profissionais, mostrou-se acertada.

Hoje a Rede Windsor comemora um folgado primeiro lugar na hotelaria carioca, com altas taxas de ocupação. Qual o segredo do sucesso? Soube explorar as duas potencialidades da cidade: lazer e negócios.

"De segunda-feira a quinta-feira o Rio vive do mercado corporativo, e de sexta a domingo do turismo e excursões", explica Paulo Marcos Ribeiro, diretor de marketing da rede que, junto com Rosangela Gonçalves, na área comercial, forma uma dupla de profissionais que deixa a concorrência insone. 

A partir da aquisição do Excelsior Copacabana, há 11 anos, o grupo resolveu se denominar Windsor, e desde então adota um modelo de negócios peculiar: em cada um dos hotéis, há um sócio de plantão, de olho na operação e no atendimento, mas com uma preocupação especial pelos restaurantes.

"Aqui prevalece o DNA espanhol de servir bem e agradar ao hóspede", resume Paulo Marcos Ribeiro. 

Mais que agradar, há uma verdadeira obsessão de tornar a experiência inesquecível, principalmente quando se trata de alimentação. Senão, como explicar a compra por R$ 58 mil para o mais recente membro da família Windsor, o Atlantica (ex-Meridién), de uma máquina dedicada exclusivamente a produzir folheados? 

São atitudes como esta que garantem a expansão da rede, hoje com dez hotéis, mas que devem se tornar 13 até 2013, agregando assim mais 1,2 mil apartamentos aos atuais 3,2 mil oferecidos na cidade.

*Este texto foi publicado também na coluna Viagens de Negócio, de Fábio Steinberg, no dia 25 de agosto, no Diário do Comércio de São Paulo.

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