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Publicado: Segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Reagir ou acomodar-se

A tendência é a lei do menor esforço. Tudo permanecer do jeito que se encontra. Reagir significa esforço, lutar contra situações dominantes, empregar meios nem sempre disponíveis – daí a razão das lutas e dificuldades.

Existe o reconhecimento de que o meio social não é o mesmo de antigamente, os mais otimistas atribuindo isso ao progresso que, em seu aperfeiçoamento industrial e tecnológico desprezou os preceitos morais e marginalizou os princípios cristãos.

Deu no que deu. A fartura material, que atingiu todas as camadas sociais em face da leve prosperidade financeira anestesiou todo o mundo que, ao que tudo indica, “acomoda-se” com a violência exurgente e a criminalidade crescente.                                  

Pena que as eleições, próximas a acontecer, não venham a solucionar definitivamente o problema. A esperança é que os eleitos, ao menos se esforcem em atender os básicos problemas da educação e segurança.

Cuidar bem das escolas, oferecer digna remuneração aos professores, insistir na instrução moral e cívica e bom comportamento dos educandos. Quanto à segurança, rigor nas penas dos crimes mais graves e ousados, atualizando a legislação de forma compatível com a modernidade, não sendo olvidada a reforma ou construção de presídios adequados e vencimentos altamente condignos para os integrantes das carreiras policiais, civis e militares. 

Acabo de ler no Estadão de 12/9/2010 artigo, A onda continuísta do eminente jornalista e professor Gaudêncio Torquato. Salienta em um trecho: “Apesar da deteriorização de serviços públicos essenciais, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a renda dos 40% mais pobres cresceu 3,15 em 2009, ante 1,09% dos 10% dos brasileiros mais ricos.

A desigualdade social diminuiu. Os programas de distribuição de renda tornaram a pirâmide social menos triangular e mais retangular, com o alargamento do meio. E as classes médias assumem o primeiro lugar na composição social”.  

O continuísmo de Torquato (embora mais de cunho político), em outras palavras, coincide com a acomodação a que me refiro. Desta forma, reação, ao que tudo indica, “volente Deo,” só poderá acontecer nas próximas gerações.

As eleições, portanto, sendo decididas pelos votos da classe média para baixo, pois constituem a maioria da população e do eleitorado, inclusive com o resultado das últimas pesquisas, está praticamente definindo o resultado das eleições.

O continuísmo deverá sair vencedor, pois como ainda acentua aquele articulista, usando linguagem futebolística, em time que esta ganhando não se mexe. Portanto, “por um punhado de lentilhas” a situação sócio-cultural do país deverá continuar na mesma. 

Princípios cristãos, moralidade, civilidade, só com o respaldo dos remanescentes, biblicamente correspondente àquela minoria boa do tempo de Abrahão que segurava a mão de Deus para impedir os castigos divinos.

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