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Publicado: Sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Radicalismos inexplicáveis


Intento abordar assunto repleto de dificuldades, pois penetra no mundo da excepcionalidade. Vi há algum tempo o simpático padre Adelir de Carli na televisão sentado numa cadeirinha, ser içado aos céus por centenas de balões! Como, pode alguém ter essa coragem e encontrar justificativas, como fez o estimado e corajoso presbítero!

Com a mesma excentricidade, noto corajosos jovens se expondo em acrobacias com motocicletas, subindo e descendo rampas, adolescentes cada vez mais numerosos praticando skate, a ponto de existirem até em shoppings, espaços destinados a tais atividades.

Vejo ainda voos de asa delta, competições de bicicrós em terrenos ondulados, empoeirados, encharcados, corridas de fórmula 1, Indy, Stockcar e dezenas de outros procedimentos (lutas de box, rapel,etc.), todos espantosamente perigosos, ensejadores de promover graves deformidades e ocasionar até a própria morte!

Tais e semelhantes radicalismos são para serem imitados ou servem apenas para ressaltar o insólito, a excentricidade tão admirada, justamente por constituir espantosa exceção à normalidade?

Esses radicalismos perturbam bastante a racionalidade humana, mesmo após as “coerentes” explicações e justificativas dos seus adeptos e propugnadores. Mas, existem outros tipos de radicalismo embasados na espiritualidade que então põe tudo de cabeça para baixo.

É o incompreensível suicídio de homens, mulheres e até crianças, transformados em homens bombas em decorrência do fundamentalismo e radicalismo religioso. Essas criaturas devem ser preparadas possivelmente à base de lavagem cerebral e segundo consta, na religião que professam, receberão com a morte, a vida eterna num paraíso pleno de felicidades.

O correspondente do Estadão em Paris, Gilles Lapouge, em artigo de 23 de abril de 2008, relembrou que os tradicionalistas da Fraternidade São Pio X  do falecido bispo Lefebvre - cujo substituto é o bispo Bernard Fellay -, ainda não se encontravam satisfeitos com as diretrizes oriundas do Concílio Vaticano II.

 
Afirmavam que esse concílio ditou “um novo modo de apresentação da Igreja, mais horizontal, mais dedicada aos problemas humanos e terrestres do que aos sobrenaturais e eternos” Ainda, segundo Lapouge, "aos olhos dos tradicionalistas, a Igreja perdeu sua alma ao assumir um papel social e político, em vez de se consagrar aos valores espirituais”.

 
Felizmente, o Papa Bento XVI tem entrado em positivo diálogo com os principais representantes dessa comunidade aparando as arestas para que cessem as eventuais divergências. Desta forma, desentendimentos tidos como radicais deixariam de existir, devendo a antiga propagação da fé, hoje evangelização, continuar firme no fortalecimento da unidade cristã.

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