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Publicado: Quinta-feira, 8 de maio de 2008

Que é, filho ?

Que é, filho ?
Não existe situação de maior enlevo e ternura do que aquela da mãe para com o rebento que gerou. Uma relação de tão sublime afeto, que faz da figura da mãe um ser insubstituível.
 
Essa qualidade está implícita na mulher, que desígnios divinos nela de contas, os filhos são carne de sua carne. Profunda e admirável realidade.implantaram desde a criação. Mãe, vocábulo tão pequeno, mas de conteúdo e significado extensos e elásticos ao extremo, o quanto se faça necessário. Afinal de contas, os filhos são carne de sua carne. Profunda e admirável realidade.
 
Não sem motivo, por conseguinte, que a data do segundo domingo de maio lhe seja consagrada e que seja comemorada com tanto enlevo. A oferta de presentes tem o seu lugar. Certo, no entanto, que o coração das mães prescindiria deles. Ela, ciosa e consciente, sabe que presente mesmo são seus filhos e estar com eles nesse dia é o tudo que poderiam almejar.
 
De rigor, caberia a toda mãe zelar por ficar junto do filho desde o nascimento e durante toda infância, a molde de ajudar na formação do caráter dele e ser fiel conselheira, até sem falar, em momentos possíveis de erro ou indecisão. Esse papel é só dela, acompanhada de perto pelo pai. Este mantém presença próxima dela e dos filhos e confia em que da mãe alguns cuidados são típicos e próprios.
 
Esse um ideal de mãe.
 
Todas essas premissas ou boa parte delas, sabe-se perfeitamente, soam como utopia, consideradas as exigências dos tempos modernos, aliadas aos apelos que o feminismo propõe ou impõe. Seja por terem se sentido prejudicadas, seja pela necessidade de completar com seu trabalho o sustento da casa, o fato é que não são poucas as mães que se ausentam do lar dia todo, o que implica por conseqüência num menor contato com os filhos, numa idade em que mais precisariam delas.
 
É de ontem, atual e recente pois, a notícia da conclusão de alentada pesquisa feita no Canadá, que diferenciou níveis de inteligência a partir do fato de serem umas e outras não, amamentadas pela mãe. As propriedades do leite materno, ali descritas em seus termos técnicos, fez ressaltar numa experiência de anos e com um número alto de crianças, serem mais inteligentes as amamentadas devidamente.
 
Qualquer pessoa saberia adicionar que, afora esse benefício de ordem física e mental, o quanto não valeu também em termos de segurança o carinho da presença e do contato entre mães e filhos.
 
Por isso mesmo, sequer o estremecido amor de avós, um amor redobrado daquele das mães, substitui o trato que as mães devem aos filhos. Os avós fazem concessões que as mães saberiam com certeza negar ou adiar.
 
O ato simples de vestir os pés dos pequeninos e calçar-lhes os sapatos ao despertar, até nisso nada substituí o papel da mãe. A natureza aconselhou e fez bem feito, que a vida da mãe, a partir do instante do nascimento dos filhos, se vincula à deles.
 
Totalmente.
 
Integralmente.
 
É por aí que até se levantaria uma dúvida tremenda sobre até que ponto vale a pena a condição de mães que se lançam a todos os eventos e posições, com a diminuição do tempo dado em atenção aos filhos. Será que compensa?
 
Se a dúvida existe em relação às mães, dúvida nenhuma fica em que para os filhos é uma perda lamentável. E lhes fará falta, com repercussão ao longo da vida.
 
Existem abraços e abraços. Inclusive socialmente. Alguns meramente formais e, por possível machismo, os homens se desvencilhem logo entre si. Não deveria ser assim. O que não dizer do abraço de  uma mãe? Quantas, a perder hora, agacham-se à altura dos pequerruchos e se desprendem com pressa. É só reparar no rostinho e no olhar mudo e estupefato deles. Como a esperar algo mais. Abraço, se em adultos se justifica e seria bonito verdadeiro e apertado, com que maior distinção não deveriam abraçar, demoradamente, os filhinhos? Abraço, de rostos colados, que de tão longo se lhes sentisse o palpitar dos coraçõezinhos...
 
Ideal mesmo é que  o filho ou a filha, tenham na mãe uma personagem presente em todos os momentos, durante toda a fase compreendida na infância de cada um.
 
Bom quando o filho, pequenino, em qualquer cômodo da casa, às vezes até sentadinho no chão do quarto ou da sala, com seus brinquedos, sem levantar a cabeça até, seguro e confiante, por qualquer coisa grita:
 
- Mãe!
 
E ela, talvez às voltas com os cuidados da casa, responde:
 
- Que é, filho?
 
Mesmo que ele se distraia, nem diga mais nada.
Bastaram o seu grito de inocente e a resposta dela.
 
Sabe que está protegido.
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