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Publicado: Sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Professores Carcereiros

Professores Carcereiros

A última noticia, dada de modo bem pálido pelo Jornal Agora São Paulo, é que temos milhares de professores sem qualificação dando aula. Não estão qualificados para a matéria que lecionam.

Parece tudo tão normal, para um povo tão manso, tão pacífico. Só vemos o povo se indignar quando é para engrossar as hordes fascistas arregimentados por programas ditos policialescos.´Diante do quadro dantesco dos presos degolados em Pedrinhas Maranhão esse povo tão gentil e tolerante diantes dos descalabros da escola pública se revela.Acham pouco a degola e querem que o cadáver seja vilipendiado, que tenha sua cabeça colocada em corpos diferentes.

Povo sem escola fica assim fácil de manipular e sua indignação se vira contra as vítimas.  Na verdade o que ocorre na escola pública de São Paulo, é bem mais grave do que professor não qualificado.  Um professor que tem o dom e é educador, ele pode até ensinar bem a matéria onde ainda não se formou, que o conteúdo é outro. Pode ensinar o que já aprendeu.

O que acontece é professor de uma matéria que não tem nada a ver com seu histórico escolar e com o curso que concluiu ou está estudando. Imagina um professor temporário, que é formado ou bacharel em letras e entra numa aula de matemática. Isso acontece sim, e esses mesmos que pedem tortura medieval para presos pobres, não se apercebem que se temos muitos presos é porque temos poucas escolas. Esses mesmos com arroubos fascistas são cegos e até tem filhos com escola nessas condições.

Vem de longe. Já de Pitágoras, que afimava que se tivessemos educação não precisaríamos de prisão.

Temos na escola, carcereiros. Professores que entram na sala de aula apenas para os alunos ficaram quietinhos. Pobre do aluno que não ficar bonzinho. Tem toda uma estrutura acima dele para amansa-lo. Ou amansa ou vai para a rua.

Os presos degolados cuja foto escandalizou a ONU e a OEA foram os alunos bonzinhos, formados para irem presos e serem degolados pelos mais fortes. Os pequenos criminosos. Os degoladores são os alunos que se rebelam e são expulsos da escola.

De qualquer maneira ainda espero que se divulgue fatos graves como professor não qualificado dando aula, com a devida força que se divulga situação carcerária. Um é a ponta do outro.

Com uma escola de boa qualidade, o governador de São Paulo não precisa fazer propaganda alardeando que aumentou o número de prisões. Quero ver um candidato alardeando que vai diminuir o número de presos porque vai melhorar a todo custo a escola pública.

Enquanto se fecham escolas , turnos e salas temos que ver mais penitenciárias sendo construídas e o povo caladinho.

Bem que Ulisses Guimarães falava: Bom e Besta começa sempre com a letra B.

Hora do povo entender que para ser Bom não tem que ser Besta.

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