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Publicado: Terça-feira, 18 de agosto de 2009

Procura-se: felicidade

Procura-se: felicidade
"O caminho é cultivar o que conduz à felicidade"

Nós, seres humanos, somos eternos insatisfeitos. Parece que nunca estamos completos, que a situação nunca é suficientemente boa, nunca é melhor do que desejávamos, nunca é uma boa surpresa. E também, posso dizer, adquirimos a mania de ser ‘do contra’.
 
Passamos, há algum tempo, por vários dias chuvosos e gelados e que atire a primeira pedra aquele que não fez cara feia e reclamou do tempo, clamando por sol. E o mesmo acontece no verão, quando todos decidem querer o frio. Como se não fosse suficiente, reclamamos do nosso emprego, do nosso chefe, dos filhos, pais, das contas, da escola, das dores, da falta de tempo, de dinheiro, de saúde,...
 
No entanto, o que nós fazemos para mudar aquilo que não está do jeito que queremos?! Por que parece muito mais confortável esperar que as coisas se resolvam sozinhas, quando sabemos que isso não vai acontecer? Ou, pior, simplesmente deixá-los lá e perder tempo listando defeitos?
 
Embora, não se pode negar, há alguns que, fugindo a regra, são guerreiros, firmes em seus propósitos, que batalham dia e noite por seus objetivos e transformam cada obstáculo em um trampolim, cientes de que são os únicos responsáveis por sua felicidade. São exemplos de superação, força de vontade, paz de espírito. Nem sempre suas vidas correm perfeitamente mas eles simplesmente não se deixam abater. Tropeçam, caem, levantam e seguem em frente. São pessoas que não se demoram em pensamentos negativos ou pessimistas, são realistas e sonhadores, fortes e esperançosos. E acreditem: essa minoria é mais feliz.
 
Então em cada situação na vida, temos duas opções: a) deixar que nossos problemas nos soterrem e desanimem ou b) lutar contra eles, aprendendo e arrumando soluções. É fácil como escolher entre o caminho fácil e o que funciona, mas ainda sim insistimos em seguir a dica errada, bloqueando parte da felicidade que poderíamos alcançar.
 
Dalai Lama, a respeito da busca da felicidade, que para ele é o único objetivo das nossas vidas, e de sua conquista através de do que chama de ‘treinamento da mente’, disse: “... em geral começa-se identificando aqueles fatores que levam à felicidade e aqueles que levam ao sofrimento. Depois desse estágio, passa-se gradativamente a eliminar os que levam ao sofrimento e a cultivar os que conduzem à felicidade. É esse o caminho.” Ou, basicamente, escolher as coisas que nos fazem bem, ou - de uma maneira mais ampla - transformar aquilo que nos incomoda em coisas positivas.
 
Se nos concentrarmos nas boas coisas da vida, diz ainda Dalai Lama, nossa felicidade automaticamente aumenta, diferente daqueles que só vêem os defeitos da vida e citam somente suas insatisfações. Se mudarmos nossa perspectiva, tudo muda. Como quando nos comparamos com pessoas mais ricas do que nós, ou que ocupam um cargo mais alto na empresa: tendemos a nos criticar por não sermos donos de todo esse sucesso e nos sentirmos a cada instante mais insatisfeitos e infelizes.
 
O contrário acontece quando a comparação é feita com alguém menos favorecido, que passa por dificuldades financeiras ou uma grande doença: tendemos a agradecer e valorizar tudo o que possuímos, vendo o quão sortudos somos, o quão feliz é nossa existência, saudável e equilibrada. Então, é apenas questão de ponto de vista.
 
Nossa felicidade depende, talvez exclusivamente, do modo como encaramos a nossa realidade. Ao invés de reclamar do trabalho, tente pensar no quanto você aprende e evolui com ele. O mesmo com a escola, com as pessoas.
 
Vendo o lado positivo podemos aproveitar partes inimaginavelmente interessantes e produtivas, deixar a vida mais fácil e leve, as emoções mais controladas e o dia-a-dia mais produtivo e feliz. Não é uma atitude impossível de se tomar e é absurdamente compensadora. Reclamar menos, viver mais. Simples assim.

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