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Publicado: Quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Preços Desmedidos

Preços Desmedidos

Semana passada, muito de relance, falou-se alguma coisa sobre como é estar no Rio, assim, sem um programa definido. Um jeito seguro de se fazer tantas descobertas, impossíveis de serem percebidas, por exemplo, no entremeio de uma excursão.

 

Apesar de que o propósito tenha sido esse mesmo, de mera digressão e bem leve, sobraram outras notas colhidas aqui e ali. Como se advertiu, aquela crônica se baseou nos três primeiros dias de uma estada de seis. Metade, portanto.

 

Entretanto, como outra vez se está fora, as anotações dos dias restantes foram esquecidas em casa. Mais alguma coisa sobre o Rio de Janeiro fica, pois, em princípio, para a edição do próximo dia 25.

 

Viajar, em suma, na opinião do cronista, resulta na mais eficiente e proveitosa prática de higiene mental.

 

Quando então se tem o prazer e o gosto de viajar, muito se aprende e, com um mínimo de observação, notam-se discrepâncias de fatos e coisas vividos fora dos daquele da terra em que se mora. Umas favoráveis ao local em que se vive, outras nem tanto.

 

Chama a atenção um caso corriqueiro. O preço, nos restaurantes, lanchonetes, casas de pasto enfim, da singela latinha de refrigerante de 350ml.

 

Nos supermercados, os refrigerantes em lata custam em torno de um real. É comum alguns produtos desses entrarem em promoção e oscilarem entre noventa e até oitenta centavos.

 

De modo geral, em bares e lanchonetes simples, vão a dois reais. À exceção de restaurantes de nomeada, em que os preços se liberam e ninguém se surpreender por ter que gastar, será sempre um exagero, nas casas de categoria média e simples, que se cobre dos refrigerantes algo além do preço de R$2,50. E já seria muito.

 

O que dizer então de quando, sem a contraprestação de um serviço diferenciado ou de local especialmente cuidado, lhe cobram até R$3,50? É ousadia demais.

 

E porque se faz tal comentário? Por via de comparação.

 

Uma rede de restaurantes de classificação bem razoável - conhecidos como "Veneza", encontradiça nos shoppings de requinte médio e superior, ali se adquire o refrigerante por R$3,00. No Rio e em São Paulo.

 

Surpreendentemente, no celebrado Canecão, uma casa de espetáculos em que comes-e-bebes tem preços elevados, mesmo para pequenas porções, o refrigerante em lata é vendido por R$3,65. Se lhe pedissem, naquele local, cinco reais, você pagaria e sem mostrar espanto algum. Essas duas citações, mera amostragem, da rede "Veneza" e do Canecão, foram escolhidas, entre outras, justamente pela notoriedade desses ambientes.

 

Trinta latinhas em supermercados e congêneres custam pois trinta reais.

 

Ao se sujeitar ao pagamento de R$3,50 mas R$0,35 que lhe são adicionados - R$3,85 - pelas mesmas trinta latinhas, você dispende  R$115,50.

 

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