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Publicado: Sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Perspectivas para 2008

As minhas, as suas e as nossas. Temos de nos circunscrever às nossas, porque as pessoais, correspondentes à individualidade do pequeno mundo de cada um, são privativas, nem sempre sendo oportuno as revelar. No terreno político a extinção da CPMF foi estrondosa vitória da democracia, inobstante a sanha arrecadatória do governo logo acenasse com  a possibilidade de sua volta em fevereiro, com mais uma detestável medida provisória.

 

Com o passar dos dias, porém, aquele quadro tétrico construído pelos governistas esboroousse, e o presidente Lula reencarnando-se como metalúrgico e político combativo, afirmou ter ojeriza pela palavra “pacote” e por isso todos ficassem tranqüilos, pois a reforma tributária deverá absorver a até então “idolatrada” CPMF.

 

Todavia, para não se sentirem totalmente vencidos, os governistas acabaram lançando um “pacotinho” de ínfimas conseqüências, felizmente, com IOF, acréscimos de alíquotas para cheque especial, cartões de créditos, etc. Quanto à outros sérios problemas políticos que nos envolvem, dado a prolixidade e o espírito polêmico que os cercam (transposição das águas do São Francisco), melhor aguardar o natural amadurecimento deles.

                             

As perspectivas para o novo ano são de continuísmo do “status quo” reinante. Ninguém se abalança, por exemplo, a dar sacudida na tépida  estagnação  moral em que estamos vivendo. A liberalização dos costumes e procedimentos é de estarrecer! Tudo é válido e permitido, desde que não se esteja matando, roubando ou prejudicando materialmente o próximo.

 

Vamos ilustrar com alguns desses procedimentos bens simples do cotidiano, que todos devem aceitar e não reclamar: as mulheres podem andar pelas ruas com vestes de todos os tipos, exibindo piercings nos umbigos, tatuagens nos braços, costas, até princípios das nádegas.

 

Os homens, mais discretos, parecem se socorrerem apenas das bermudas e de camisetas que permitem, de vez em quando, exibir algumas medonhas tatuagens. Usam tênis ou alpargatas, e se sentem mais a vontade do que antigamente inclusive para irem às missas de preceito sem constrangimento, significando isso também ou que se encontram aposentados ou gozam alguns lazeres de fim de semana.

 

Quanto a esses procedimentos nas ruas, nada a objetar sem se tornar exageradamente “careta”, mas quando nos deparamos com os mesmos em recintos nobres ou sagrados, o sentimento é de decepção com os costumes modernos, que avacalham respeitabilíssimas  antigas e louváveis tradições.

 

Dentro do tema, sempre em pequenas doses, inúmeros assuntos poderiam ser abordados em suas diversas perspectivas, como para os corintianos, a novidade de disputar a série B do campeonato brasileiro e assim encontrarem opções de entretenimento esportivo com novas emoções.

 

E para dizer que não apontamos nenhuma perspectiva de melhora para 2008, destacamos o salutar projeto de lei em andamento no Congresso que proíbe a publicidade com palavras estrangeiras sem a subseqüente tradução. Felizmente, portanto, vão desaparecer os delivery, as liquidações em off, workshops, happy-hour, stablishment et caterva. Pena que o linguajar dos computadores, com suas expressões como software, desktop, backup, download, browser, link, scandisk, web, hardware, também não sejam traduzidos, facilitando a vida da maioria dos brasileiros que mal conhecem a própria língua.

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