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Publicado: Quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Paradoxo

Paradoxo
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Antes de tudo, convém saber o que é paradoxo. Amigo leitor, quando afirmamos algo que parece ser verdade, mas está contradizendo qualquer lógica ou um entendimento universal, trata-se de um procedimento paradoxal. Então, ser paradoxal é “ir” (ou entender-afirmar) contra o entendimento natural ou contra o entendimento da maioria da sociedade que você vive. Em resumo, é você contra a opinião da maioria das pessoas. Exemplo clássico de paradoxo é o de Zenon (filósofo pré-socrático). Ele entendia que Aquiles e uma tartaruga decidiram fazer uma corrida de cem metros. Aquiles deu a vantagem de oitenta metros para a tartaruga. Aquiles era dez vezes mais rápido, enquanto Aquiles vencia a marca de oitenta metros, a tartaruga alcançava oito metros e continuava na frente de Aquiles. Este percorre mais oito metros; a tartaruga zero vírgula oito metros. Assim, não importa o tempo, Aquiles jamais ultrapassará a tartaruga. Para explicar esse paradoxo de forma exata, será necessário falar com um cientista da matemática, que usará conceitos de limite e convergência de séries sobre números e conceitos matemáticos complexos. Com certeza a solução será concluída.
 
Querido leitor, ser paradoxal pode ser muito prejudicial ao ser humano. São comuns as decisões que lesam o homem ou a sociedade. Podemos discernir sobre alguns desses atos, palavras ou pensamentos, senão vejamos. O homem deseja ardentemente ser uma pessoa sadia. Quando doente recorre aos céus e implora para Deus para curá-lo. Passa dias, meses ou anos nas filas de hospitais com esperança. Acaba morrendo sem descobrir o porquê daquilo. Ora, é simples. O homem age de forma paradoxal. Age ao contrário dos princípios básicos da vida natural. Faz uso da bebida alcoólica, fuma parecendo uma chaminé de fábrica e fica na balada até de madrugada; dorme pouco, curte uma droga, come mal e pratica atos impuros ao Espírito. Veja o que São Paulo disse em Gálatas cinco, versículo vinte e um: “Invejas, bebedices, orgias, e coisas semelhantes a estas, a cerca das quais vos declaro, como já antes vos preveni, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” Nem o céu e, tampouco a saúde do corpo. O leitor entendeu o paradoxo; quer a saúde e a salvação eterna, mas age ao contrário.
 
Uma decisão paradoxal também está nos atos que ferem o Espírito. O homem passa horas na frente de um aparelho de televisão e afirma não ter tempo para uma boa leitura que dignifica e enriquece o espírito. Prefere contar ou pensar algo ruim sobre os outros em vez de discernir sobre algo construtivo. Pauta-se a vida no ódio em lugar do amor. Batalha para garantir a sobrevivência e esquece de vivenciar de verdade. Tem a coragem de rodar quilômetros na rodovia em busca de um prazer qualquer, mas não vai em busca de amigos ou de quem necessita da ajuda nas proximidades. Só pensa em garantir a riqueza material ou conquistar status social ou poder. Multiplica os interesses pessoais, mas diminui os atos que valorizam a vida. Os valores éticos e morais se esvaziam. A dignidade é escassa. Não têm atos paradoxais maiores que esses. Ainda em Gálatas cinco, v. dezessete: “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o espírito o que é contrário à carne. Estes opõem-se uma ao outro, para que não façais o que quereis.”
 
Leitor perceba o conflito existente do ser humano. São duas orientações comportamentais. O Espírito segue a orientação do amor por si e pelos demais. A carne ou vicissitudes mundanas é norteada pela orientação egoísta. O homem serve a si mesmo de forma exclusiva. É uma guerra intrínseca. Estas palavras sagradas mostram o paradoxo maior do homem. A paz e o amor jamais prosperarão se o homem não discernir melhor e optar pela verdade. Atos paradoxais assim não levam a nada.
 
Na política mundial e no nosso país as decisões são paradoxais. Veja bem, querido leitor, o caso da IPMF (Imposto Provisório Sobre Movimentação Financeira), quando a “esquerda” (PT) era oposição fazia pregações veementes contra esse imposto. A “direita” (PSDB) era a favor e lutou para a sua renovação. Hoje, a “esquerda” é governo e luta arduamente para a sua aprovação. Perdeu no Congresso Nacional, mas já busca alternativas para criação de imposto similar. A “direita” é hoje oposição e batalhou para que não fosse aprovada. Paradoxos políticos e calculistas, não defendendo os reais interesses da Nação. Esse exemplo serve para dar forma às argumentações de muitos outros atos políticos.
 
No universo mundial existem paradoxos mais cruéis. Os EUA com seus mortíferos presidentes que em nome da paz e da liberdade social despejam bombas massacrantes em países diferentes. Sucumbem em toneladas de armas bélicas populações inteiras (Hiroshima, Nagasaki, Iraque, Afeganistão etc.). Em nome da paz, de Deus e da liberdade criam o terror dizimando o povo e suas tradições. Outro paradoxo cruel na humanidade.
 
No tocante à natureza, estes países poderosos que transcendem ao nosso entendimento quanto às suas ações, refutam quaisquer acordos bilaterais ou multilaterais para a “saúde” ecológica. O povo dos EUA que “garganteiam” o seu poder e sapiência são “pobres” em relação à consciência universal. Não aceitam acordos alguns (Protocolo de kyoto etc.). Quando dão a entender que aceitam algum acordo, serve apenas para ludibriar a comunidade mundial.
 
Amigo leitor poder-se-ia escrever uma enciclopédia sobre paradoxos do homem no transcurso da história. Mas, uma coisa é certa, o homem esquece que o maior paradoxo da sua existência é a destruição que causa ao seu semelhante, uma vez que, essencialmente um é a continuidade do outro.
 
Existe a certeza na consciência de cada um, mesmo que tempor
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