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Publicado: Segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Paradoxal

Crédito: Domínio Público Paradoxal

Gosto de bebidas – não nas quantidades que terminam em estupor. Prefiro as doses que arrebatam o espírito, e o libertam nas conversas de alma.

 

Não falo mal dos outros, repercuto boatos ou fomento intrigas. Espalho discórdias com a língua ferina.

 

Amo o silêncio das madrugadas quentes ou geladas e, também, o vai-e-vem das gentes nas ruas e comércios, que passam como num filme.

 

Aprecio o inusitado, mas repito diariamente os rituais sagrados do café da manhã e das caminhadas nas beiras dos córregos, rios e onde mais houver natureza.

 

Sou Maria ou João. Pai ou mãe. Às vezes, tudo junto.

 

Inscrevo no corpo ideologias sob a forma de tatuagens, e me calo diante das platéias.

 

Tenho sonhos ou pesadelos – o desafio é a medida do meio.

 

Possuo muitos rostos e vidas, que somados são sempre um só.

 

Sou planta de raízes aéreas, que se fixa em diversos lugares e em lugar algum.

 

Leio nas entrelinhas das aparentes contradições das fés, o mesmo Princípio imutável.

 

Aprendo.

 

Estou apenas de passagem.

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