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Publicado: Quarta-feira, 1 de abril de 2015

Para registro

A crônica a seguir, em verdade, já fora aqui publicada, por fazer parte de várias outras de alguns convidados deste prestigioso site - itu.com.br – constituídos esses trabalhos de homenagem ao aniversário da  cidade, em fevereiro.

Cuida-se então, tão somente, de incorporar essa mesma crônica, “A Itu de amanhã”, também na série específica do espaço pessoal e costumeiro do autor, de periodicidade semanal, desde 2007.

 

A Itu de amanhã

No propósito sério de sonhar com a Itu que todos haveriam de quere,r para os próximos anos, não se cuide então de falar dos malogros e até incúria de sucessivas administrações, há mais de meio século.

Itu parou no tempo e, no que respeita à evolução e progresso, modificou-se até quanto se admita tenha sido somente no aspecto vegetativo.

Cidades vizinhas atestam e demonstram que o seu crescimento sadio se fez acentuada e comprovadamente, pela via do desenvolvimento. Por isso cresceram em velocidade compatível com sua pujança e mercê de gestões concretas, abominada a hipótese do recurso paliativo e de descontinuidade nos projetos antes plantados por antecessores.

Enquanto isso Itu malogrou, com uma política de interesses imediatos, senão só no plano pessoal, pelo menos no benefício de contextos isolados. Não houve favorecimento concreto em favor do povo como tal. Quase nulo, tanto que, ultimamente, alguns munícipes chegaram a manifestar de público o desejo de sair na busca de outras plagas.

No cômputo dos municípios brasileiros com mais de quatrocentos anos – e aqui se vai pois aos quatrocentos e cinco – haverá muito poucas comunas dessa ou mais idade.

Cidades históricas – leve-se em conta – realmente não se obrigariam a um expansionismo senão algo vegetativo, até no afã de resguardar suas tradições. Itu, no entanto, diferentemente de outras, pôs criminosamente abaixo seu extraordinário complexo arquitetônico, joias do barroco. Descaracterizou-se de vez. Tanto que hoje, no quadrilátero tombado, o casario é híbrido e mal adaptado nas mais diversas reformas. Pouco se salvou. Que o digam os dois primeiros edifícios da cidade, um na Praça Padre Miguel e outro, bem próximo, na mais central das ruas, a Barão do Itaim, este de aspecto dúbio do qual não se sabe qual sua frente e quais os fundos, além do mais, num contraste insensato com a magnificência da Igreja Matriz.

A Itu desejável.

Ventos novos e de prosperidade, clarividência sobretudo, soprem sobre a Itu quatro vezes secular.

Como há de acontecer, doravante, se assim souberem se reunir e reclamar vida nova, os cidadãos de bem. A Itu que os filhos diletos querem.

Em primeiríssimo lugar, acima de tudo e desde já, moralização na política, a ser exercida no atendimento direto dos habitantes.

Esse, porém, um desiderato que se assemelharia a quase um sonho, em virtude da política local e nacional desacreditadas. De todo modo, é preciso acordar ...

Afora essa primordial condição que, não efetivada, redundaria em que todas as aspirações a seguir elencadas, não cheguem a serem alcançadas.

A saber:

Mude-se a feição da cidade e atenda-se aos reclamos mais urgentes de seus habitantes. Isso, numa plana primeira.

E como? Veja-se então :

 

1. Itu é cidade histórica. De se pasmar que, nos meios culturais, nunca se propugnou pela implantação de toda sorte de monumentos, vinculados a um passado de glória e a nomes imortalizados aqui e na história pátria. Não se veem estátuas que perpetuem seus heróis e personagens ilustres da Convenção Republicana e outros, a que não faltam também personagens do clero, cuja conduta contribuiu para que viesse a se cognominar como a Roma Brasileira.

Tanto mais ridículo assim, se mantenha quase oculto e enclausurado o portentoso monumento a Regente Feijó ...

2. Urgente reurbanização da Praça da Bandeira, a do Mercado Municipal. Um logradouro de péssima aparência, a começar pela desfiguração do prédio em si. Fechem-se as portas externas, nas laterais direita e esquerda, de que resulte a consequente retirada do envelhecido telheiro, verdadeiro aleijão. Recupere-se toda a praça e adjacências, desde a Igreja de Santa Rita, na qual jamais se mexa, até o espaço das feiras dominicais. Seja destarte reativado um projeto, da maior sensatez, de transferência do Mercado, datado do primeiro quinquênio dos anos cinquenta (que iniciativa ousada de um plano infelizmente postergado). O edifício serviria, se não de outros cometimentos, ao de teatro e para eventos nobres. Para tudo isso e muito mais, fora enviada a uma entidade ituana a proposta dessa nova ambientação do logradouro, da parte do mesmo engenheiro que dirigiu a reforma do conhecido Mercadão da capital de São Paulo. É bom saber.

3. Recondução dos serviços de águas e esgotos aos cuidados diretos da própria Municipalidade, cuja inglória concessão se consumou num dos mais graves delitos cometidos contra Itu. Seja o SAE eminentemente ituano, eis que a degradação impingida ao povo no setor é sobremodo revoltante.

4. De uma vez por todas, a transformação em calçadão do trecho da rua Floriano Peixoto, nas quadras a partir da Praça da Independência até a Praça Padre Anchieta. Bem assim e na mesma obra, calçadão também na rua Sete de Setembro, desde a Praça Padre Miguel até a rua Santa Rita. Estaria então erigido o Cruzeiro Comercial, área nobre. Para mais informes, a pioneira Curitiba os possui, como bem próxima também a própria Sorocaba.

5. Uma estação rodoviária, limpa, confortável, segura e com policiamento noite e dia, mas erguida noutro ponto, eis que a área ali é pequena. Campinas seria modelo, se preciso for.

6. Novidade das mais alvissareiras, um parque imenso e longilíneo, já com obras em franco andamento, mediante a canalização dos córregos da cidade. Programa monumental e que pode trazer para Itu uma das mais atraentes curiosidades locais, se bem feita. Não haja açodamento eleiçoeiro, tanto que os órgãos competentes até agora não provaram que matéria de ajardinamento seja o forte de suas ações. No assunto, Indaiatuba é inspirada sugestão através do seu decantado Parque Ecológico.

7. Nenhuma atitude de cobro contra as ditas “grandezas” de Itu, sem porém qualquer incentivo à sua expansão. Uma

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