Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 7 de março de 2011

Para o Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher. Um dia que muita gente enaltece a mulher, outros a colocam no papel de vítima da violência.

Como mulher também me sinto contemplada: merecemos flores, abraços e cumprimentos.

O dia me convida também a uma reflexão.

Se educamos os homens, se passam conosco a parte onde sua personalidade fica para sempre. Então uma mulher ensinou o homem agressor a agredir.

Quantas vezes a mãe incita o marido a bater em seus filhos, quando ele chega cansado do trabalho e no limite de sua resistência?

Quem nunca ouviu "você vai ver quando seu pai chegar".

Talvez essa consciência faça com que muitas mulheres não denunciem o marido violento. Ou quando denunciam retiram a queixa. Seria ali remorso embutido? Culpa?

Na primeira infância e na escola é onde os homens mais sofrem violência por parte das mulheres.

Quando o homem nasce já tem duas mulheres como inimigas garantidas.

Uma é mãe e outra a professora.

A professora humilha, espanca e a mãe muitas vezes se faz de cega e surda. Acomodada. Faz de conta que se a professora bateu, seu filho mereceu. Outras não reagem por covardia mesmo.

A diretora, coordenadora pedagógica, chama a mãe na escola e enche sua cabeça. A mãe para não passar por mãe ausente chega em casa e enche o filho de porrada ou de castigos absurdos.

A professora logo no primeiro ano de escola manda bilhetes fofoqueiros para mãe, contando coisas que seriam naturais, como se fosse um crime hediondo praticado pelo pequeno de seis ou sete anos, tipo: seu filho conversou muito, seu filho não se comportou bem hoje.

A professora espera que a mãe tome uma atitude enérgica, sob a pena se ser julgada na escola como uma mãe omissa que não sabe educar. Ela "sabe". Surra o pequeno.

Com a desculpa de educar os homens as mulheres os surram, humilham e castigam.

Eles aprendem apanhando e então quando crescem ensinam batendo.

Então gostaria que as mulheres mães de filhos em escola pública tivessem hoje um momento de reflexão e tivessem a coragem de defender seus filhos da violência da escola.

Queria que as mulheres mães ouvissem seus filhos também e quando as professoras fizessem uma queixa elas dissessem ao seu filho que ela está do lado deles, mesmo se estivessem errados.

Queria que as mães de alunos de escola pública ficassem do lado dos seus filhos, não do lado do erro.

Queria que os homens aprendessem com as mulheres que errar é humano, que se aprende errando. O importante é não permanecer no erro.

Queria que as mulheres que educam hoje, mães e professoras lembrassem que a cultura da paz só se conquista com a paz, a compreensão e muito amor.

Amor que nós mulheres temos muito para dar.

Comentários