Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Os Pais de Santa Teresinha no Dia das Missões

"O Bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do céu do que da terra!" A afirmação é de Santa Teresinha do Menino Jesus, jovem francesa, do Carmelo de Lisieux, filha do casal Zélia Guérin e Luís Martin, irmã de mais quatro monjas: Maria, Paulina, Leônia, e Celina. Teresinha, falecida aos 24 anos de idade, em 1897, distingue-se entre suas santas irmãs pela expressividade de seu amor a Deus e à Igreja em tão pouco tempo de vida, sendo canonizada em 1925, pelo Papa Pio XI.
 
É hoje uma das santas mais conhecidas de todo o orbe católico. Refletindo sobre as epístolas de Paulo, na Sagrada Escritura, encantou-se com a 1ª Carta aos Coríntios que a fez exclamar: Ó Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação; minha vocação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, tu me deste este lugar, meu Deus. No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo, e meu desejo se realizará.
 
Zélia e Luís Martin, seus pais, se destacam como modelo de casal santo que soube educar sua família nos caminhos de Deus. Receberam-se em matrimônio, dia 13 de julho de 1858, em Alençon, França, e tiveram sete filhas e dois filhos. Marcados pelos sofrimentos, mas eloqüentes na confiança em Deus, viram partir em idade infantil dois filhos e duas filhas. As demais filhas, pouco a pouco, vão descobrindo neste lar suas vocações religiosas, quatro se tornando carmelitas e uma visitandina.
 
O lar de Alençon era iluminado de autêntico compromisso religioso, sendo Zélia modelar esposa, mulher orante, participante da vida sacramental diária, pois toda manhã se dirigia à igreja para a primeira missa do dia. O amor à mãe de Jesus era tão vivo em seu coração, que celebrava em casa, com o marido e as filhas, os atos devocionais do mês de maio, diante de um altar que ela mesma artisticamente organizava, onde punha em evidência a linda imagem de Nossa Senhora do Sorriso. Sobre Maria, Escreveu às suas filhas, dizendo: A festa da Imaculada Conceição é uma grande festa para mim! Neste dia, a Santa Virgem concedeu-me muitas e assinaladas graças. Para mim, não há como esquecê-la.
 
Depois de perder quatro filhos, certa vez, se vê mais uma vez diante da iminência de um novo golpe para sua alma: esteve gravemente enferma sua pequenina Teresa. Escreve, fervorosa, em uma de suas numerosas cartas: subi depressa ao meu quarto, ajoelhei-me aos pés de São José e lhe pedi a graça da cura para a pequena, resignando-me, porém, à vontade do bom Deus, se Ele quisesse levá-la consigo. Eu não choro freqüentemente, mas chorei ao rezar. Não sabia se deveria descer... Por fim, me decidi. E, o que vejo? A criança mamava de todo coração.
 
Luís, o esposo fiel, guardava em seu peito um profundo amor à Eucaristia, que além da participação assídua à missa, tinha por costume fazer a adoração noturna ao Santíssimo Sacramento, diante do qual colocava seus cuidados e sua família, ofertando tudo ao bom Deus. Certa vez, escreveu Zélia à sua filha no Mosteiro: Teu pai foi fazer a adoração noturna na noite passada, ainda que estivesse muito fatigado quando nos deixou, às nove horas da noite.
 
Em outra ocasião, já havia escrito: Estou muito feliz com ele, pois torna a minha vida muito doce. Meu marido é um santo homem, desejo um igual a todas as mulheres. Suas filhas viviam admiradas pela santidade do pai. Sobre isso, Celina escreve: Quando papai comungava, permanecia silencioso em todo o trajeto de volta para casa. Ele nos dizia: eu continuo a entreter-me com Nosso Senhor. Homem de extrema caridade, sabia repartir com os pobres aquilo que ganhava com a profissão de relojoeiro e, depois, comerciante.
 
O casal, além de educar exemplarmente as filhas, soube receber os avós das crianças em casa, deles cuidando na doença e na velhice até o fim com extremo carinho.
 
Em casa de tanto espaço para Deus, não havia como evitar uma exclamação de Zélia, ao ver que certos casamentos não se pautem pelos princípios do santo Evangelho e, por isso, vão se dando em nada. Exclama: Meu Deus, como é triste uma casa sem religião!
 
O Abade Dumaine, seu pároco, testemunhou: Era notável a união nesta família, tanto entre os esposos, como entre os pais e as filhas.
Nesse domingo das Missões, 19 de outubro, os seus nomes brilham novamente no céu e todos poderão ver.
 
O santo casal de Alençon está sendo beatificado em Roma, pelo Papa Bento XVI. Elevado diante do mundo hodierno, será espelho para as famílias que buscam verdadeira felicidade, só possível na fidelidade matrimonial e na primorosa e santificadora educação dos filhos.
Comentários