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Publicado: Segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os 12 Apóstolos, o Papa e o Turismo

Passadas as eleições, temos uma nova Câmara em Itu. São os 12 apóstolos representantes do povo que, por quatro anos, ajudarão a população a viver com melhor qualidade de vida. E o turismo é um dos segmentos que pode alimentar essa esperança de todos nós. Por isso, rogamos que os nobres vereadores reflitam sobre o tema, estudem a situação, peçam ajuda aos que são do meio, promovam debates, seminários e conheçam melhor do que trata o turismo, não nos esquecendo que somos uma estância turística. Quem sabe, a casa do povo se transforme numa alavanca e trabalhe para que, verdadeiramente, sejamos uma atração nacional dividindo nossas riquezas históricas e culturais com os nossos visitantes.
 
O que não pode continuar é a distância entre a Câmara e o povo. A burocracia interna que não consegue nem fornecer à população o trabalho e as ações realizadas pelos vereadores durante seus mandatos precisa ser combatida. Nós, eleitores, os elegemos e os queremos do nosso lado, como nossos parceiros para definirmos as prioridades do município. E o turismo é uma das prioridades importantes.
 
A cidade precisa evoluir nessa questão. Há tempos estamos patinando sem sair do lugar. Os empresários e investidores existem. Falta o apoio oficial.
 
Para sentirmos a importância do turismo no cenário econômico mundial e sua necessária parceria com a preservação do meio ambiente, no dia mundial do turismo, 27 de setembro, até o Papa Bento XVI fez um pronunciamento alertando o “trade turístico mundial” sobre o problema. As comemorações do dia mundial do turismo foram pautadas pela defesa da preservação da natureza em diversos países e também em Itu.
 
Bento XVI destacou o tema deste ano: “O turismo enfrenta o desafio da mudança climática” e fez diversas considerações sobre a problemática de grande atualidade que faz referência ao potencial do segmento turístico mundial com relação à situação do meio ambiente do planeta e do bem estar da humanidade.
 
“Preservar os recursos da criação”, um imenso dom de Deus à humanidade, faz parte inseparável da visão de sustentabilidade e de solidariedade que qualificam o turismo responsável, afirmou o Papa.
 
“A humanidade tem o dever de proteger este tesouro e de empenhar-se contra o uso indiscriminado dos bens da terra. Sem um adequado limite ético e moral, o comportamento humano pode efetivamente transformar-se numa ameaça ao meio ambiente e num desafio à sobrevivência da própria humanidade”. Bento XVI continua: A experiência ensina que a gestão responsável da Criação faz parte, ou assim deveria ser, de uma economia saudável e sustentável do turismo.
 
Em seu pronunciamento, destacou que ao contrário, o uso impróprio da natureza e o abuso infligido à cultura das populações locais ferem também o turismo. Aprender a respeitar o meio ambiente ensina também a respeitar os demais e a si mesmos. “Em 1991, na encíclica “Centesimus Annus”, meu amado predecessor, João Paulo II, já havia denunciado o consumo excessivo e arbitrário dos recursos, recordando que o homem é colaborador de Deus na obra da Criação e não pode se colocar no lugar d’Ele”. Sublinhou também que a humanidade de hoje deve “ser consciente de seus deveres e obrigações para com as gerações futuras”.
 
É necessário, portanto, sobretudo no âmbito do turismo, grande usuário da natureza, que haja uma preocupação constante com uma gestão equilibrada do nosso “habitat”, do espaço que é nossa casa comum e que o será para todos que virão depois de nós. A degradação do ambiente só pode ser freada com uma cultura adequada do comportamento, que inclua estilos de vida mais sóbrios. Daí a importância, como recordei recentemente, de educar em uma ética da responsabilidade e de “fazer as propostas mais construtivas para garantir o bem-estar das gerações futuras” (Discurso no Eliseu, L’Osservatore Romano, 13 de setembro de 2008).
 
A Igreja também compartilha com as instituições que fazem parte do “trade” e outras organizações similares, o empenho para difundir o chamado «turismo social», que promove a participação das classes mais pobres e que pode ser um instrumento de luta válido contra a pobreza e a fragilidade, criando empregos, custodiando os recursos e promovendo a igualdade. Este turismo representa um motivo de esperança em um mundo no qual se acentuam as distâncias entre quem tem de tudo e quem sofre a fome, a seca. Desejo que a reflexão por ocasião deste Dia Mundial do Turismo, graças ao tema proposto, consiga influenciar positivamente o estilo de vida de tantos turistas, de modo que cada um ofereça sua contribuição ao bem-estar de todos, que é, em definitivo, o de cada um.
 
Dirijo, finalmente, um convite aos jovens, para que, através de vossas Instituições, apóiem e sejam atores de comportamentos dirigidos à estima da natureza e à sua defesa, em uma perspectiva ecológica correta. Compete também às novas gerações promover um turismo saudável e solidário que proíba o consumismo e o esbanjamento dos recursos da terra, para dar espaço a gestos de solidariedade e amizade, de conhecimento e compreensão. Deste modo, o turismo pode se converter em um instrumento privilegiado de educação para a convivência pacífica. Deus vos ajude em vosso trabalho, concluiu o sumo pontífice.
Por estas palavras e mensagens o dia mundial do turismo gan
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