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Publicado: Quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Oração Nossa de Cada Dia

Religião
Relação entre o homem, criatura, e Deus, seu Criador. Subjetivamente é a disposição voluntária da alma em reconhecer Deus como Ser supremo e Senhor do universo e de lhe prestar o culto que lhe é devido. Objetivamente é o conjunto das verdades dogmáticas e dos princípios éticos que dirigem a vida do homem para Deus. (Cf. Bíblia Sagrada, Ed. Barsa - 1968).
 
Senão impossível, é muito difícil viver sem religião, porque, aceitemos ou não, precisamos de Deus; somos criaturas de Deus, feitos à sua imagem e semelhança; derivamos d'Ele e precisamos permanecer n'Ele, se desejamos a felicidade de uma vida plena. Mas a pergunta é sempre a mesma: por que haveríamos de querer nos libertar de Deus? Infelizmente não pensa assim grande parte das pessoas, que preferem viver segundo as próprias escolhas e verdades e de acordo com o mundo; acham que Deus atrapalharia seus planos.
 
Viver ligado a Deus, eis nossa realidade humana e divina. Isso significa compartilhamento de vida: caminhar juntos, decidir juntos, sofrer e se alegrar juntos, tudo isso através de uma estreita comunicação, através do diálogo aberto e franco – a oração.
 
Precisamos conversar muito com Deus. A oração deve fazer parte da vida do cristão. Mas quando rezar, o que rezar e como rezar? Já os primeiros discípulos passaram por essas dúvidas e recorreram ao Mestre: “Ensina-nos a rezar!”. Jesus atende-os prontamente ensinando-lhes a oração mais simples e profunda que conhecemos: o Pai-Nosso, o qual resume de modo claro a vida cristã. Vêem-se nele o Céu e a terra e, entre eles, a nossa realidade, as nossas necessidades, nossas obrigações como seguidores de Cristo. Não há como ser cristão sem rezar e viver o Pai-Nosso de cada dia.
 
Não há como ser cristão sem santificar o Nome de Deus, isto é, sem que o amemos acima de todas as coisas, sem reconhecermos Deus como nosso Pai, e o Céu como nossa origem e nosso destino final, pois saímos de Deus e para Ele voltaremos.
 
Não há como ser cristão se não buscarmos o Reino de Amor, se não trabalharmos para que se instale urgentemente entre nós aqui na terra. Não dá para ser cristão se a Vontade de Deus não estiver acima das vontades humanas.
 
Não há como viver sem o “pão nosso de cada dia”; por isso, pedimos as condições para obter, com nosso trabalho, o necessário para uma vida digna. Significa, também, reconhecermos nossa incapacidade de providenciar tudo sozinho, de afastar de nós a auto-suficiência e o egoísmo; educa-nos para conseguirmos olhar um pouco para fora de nós e ver o outro com seus direitos e necessidades.
 
Mas, se contamos com o pão-nosso de “cada dia”, porque a insaciável fome de acumular, acumular...? Por que a inveja se nós aceitamos que Deus providência para todos, sem distinção?
 
Não dá para ser cristão na escravidão do pecado, por isso expomos as misérias do nosso coração, pedindo a misericórdia e o perdão para nossas dívidas e prometendo, igualmente, sermos misericordiosos com os outros.
 
Finalmente, reconhecemos, pelo “pai-nosso”, os riscos que corremos diante das Tentações e do Mal com suas “garras” escravizadoras. É fácil cairmos na tentação dos “prazeres” materiais e sermos vencidos pelo Mal. Só com Cristo temos força para vencer essa luta.
 
Rezar é uma questão de fé, de coragem e de perseverança (Gn 18, 20-32). Quem reza sabe da eficácia da oração.
 
É claro, não basta rezar, mas é preciso viver as verdades ali professadas.
 
Vemos assim que as orações, quando assumidas em toda a sua dimensão, sustentam não só a nossa ligação com Deus, mas o nosso dia-a-dia, na alegria ou na tristeza. Trata-se de uma verdadeira terapia espiritual preventiva e curativa, diante das tantas ameaças a nossa felicidade.
 
A oração mantém a nossa vida sintonizada com a de Cristo, por isso é uma necessidade diária. Cristo garante: “Pedi e recebereis”. Conforme o Catecismo da Igreja Católica (2761): cada um pode dirigir ao céu diversas orações segundo as suas necessidades, mas começando sempre pelo Pai-Nosso (a oração do Senhor), que continua a ser a oração fundamental.
 
Portanto, cientes e comprometidos, podemos pronunciar com toda força: Assim seja!
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