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Publicado: Segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Opções de Vida

Um vocábulo de enorme importância em nossas vidas é a palavrinha optar, na forma de verbo ou de substantivo feminino, opção. Quem entender necessário consultar dicionários (os mini tão abundantes), se certificará que opção quer dizer escolha entre duas ou mais coisas.

É a forma de exercitarmos a liberdade o fascinante dom que possuímos. Devemos optar pelo bem não pelo mal, pela beleza não pela feiúra, pela grandiosidade não pelo fracasso, pela castidade, não pela libertinagem, pela riqueza não pela pobreza e assim por diante. Voluntariamente as opções sempre devem ser boas.

Opções pelas coisas más desfiguram a personalidade humana, promovem os crimes e impedem a felicidade social. Notamos que, em face do declínio da religiosidade as opções que deveriam ser tomadas para cumprir os mandamentos da Lei de Deus (a natural Constituição dos seres humanos) estão sendo direcionadas para os violar (assim estão matando, roubando, violentando etc.).

Há opções de toda a ordem, em grandes e pequenas coisas, em neutras ou inoportunas, impregnadas de erros ou infelizes, como a chamada opção preferencial pelos pobres (hoje eliminado o vocábulo preferencial), que aconteceu a meu ver por lapso de redação, ou seja, de quem não conhece ou não domina bem a língua portuguesa.

O erro no caso é tão flagrante e reconhecido pela imensa maioria, que está debandando católicos para o protestantismo, pois ninguém deseja ser pobre ou optar para ser pobre, pois é ínsito na natureza humana trabalhar para se conseguir bens materiais, ou seja, para enriquecer, não se esquecendo, é claro, de se abastecer dos bens espirituais necessários para a outra vida.

Tal opção, se válida, levaria à conclusão que para os céus a conditio sine qua non de ingresso seria a pessoa ser pobre. Logo, o Brasil, país de imensa pobreza, não precisa se preocupar muito: a maioria será salva!  Se para o céu vão somente os pobres, ninguém necessitaria trabalhar; quanto mais se ficasse inerte maior seria o aumento da miséria, maior a certeza da salvação.

Pela terceira vez transcrevo trecho do eminente jurista e leigo católico Plínio Salgado que esclarece muito bem o conceito de pobreza (A vida de Jesus, pg. 613): “havia em Jericó muitos pobres com alma de rico. Zaqueu era rico só por fora e gloriosamente pobre por dentro. O gesto do mendigo que rejeitava a oferta de Zaqueu, era um orgulho de rico; a atitude de Zaqueu curvando a cabeça à vaidade do mendigo, era uma humildade de pobre. Não se é rico apenas pela fato de ser dono de uma riqueza; pode-se ser hediondamente rico sem ter um vintém. E também não se é pobre somente pela circunstância de nada possuir;é possível nadar no ouro e ter a perfeição do verdadeiro pobre. A pobreza do rico Zaqueu. Existe uma caridade que se chama dar, mas existe uma caridade mais bela ainda que se chama aceitar.”

Finalizando: temos de meditar muito na escolha das opções para não mergulharmos no obscuro túnel de erros funestos e de difícil reparação.

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