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Publicado: Quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

OAB de SP se diz perplexa

A OAB de SP se diz perplexa e faz o “mea culpa” diante do descalabro da educação.

A palestra da OAB do dia 20 em São Paulo teve o auditório lotado. O assunto era o Direito a Educação e o FUNDEB. O palestrante Dr. Evandro Capano, o “XERIFE”, deu uma rápida aula de direito com toda capacidade que tem.

Na mesa estava do Dr. D´Urso, presidente da OAB, o Dr Anis Kfouri e mais quatro figurões.

O nome eu não anotei, lamento, não anotei; não que tenham menor relevância, mas não anotei.

O mais importante me pareceu o “mea culpa” que a OAB fez. Foi colocado o número de alunos fora da escola e um dos palestrantes falou da perplexidade e do que eles podem fazer.
Na verdade a violência contra aluno desde a falta de vaga na escola, até a agressão física e psicológica. O desrespeito aos alunos e seus pais é de responsabilidade de todos. O analfabetismo e a corrupção que não deixa o Brasil sair do atoleiro e todos tem culpa uns mais, outros menos, mas todos temos culpa, inclusive a OAB.

O Dr. Capano também coloca a importância do direito a educação e de como a falta dela é violação de direito. Que direito a educação é talvez o maior direito que se pode ter, depois disso, só o direito ao direito. Claro que não tenho condição e nem pretensão de reproduzir a fala dele.

Que o país só vai progredir com educação é tão lugar comum, que parece ter perdido a força, força que a OAB de São Paulo parece querer resgatar.

O Dr. Anis Kfouri, presidente da Comissão de Cidadania, me apresentou, pediu para que eu ficasse de pé e pediu palmas para mim. Muito gentil, muito elegante a homenagem inesperada, principalmente vindo de uma pessoa com a posição dele.

Fiquei feliz e até emocionada. Atire a primeira pedra quem não ficaria.

Bem, então o Dr. Anis Kfouri voltou a falar de como a OAB pretende atuar com ajuda da comunidade de modo geral.

Na verdade para tirar o Brasil desse marasmo e da situação que está precisamos mesmo investir em educação. Para tanto a OAB pode muito bem fazer a diferença.

Sendo assim, a luta contra a corrupção e a impunidade que se alastrou e contaminou a escola pública no Brasil e principalmente em São Paulo não vai ser tão desigual.

O Manuel Tertuliano também estava lá.

Uma senhora na plateia foi a única que pediu a palavra.

Ela manifestou a sua indignação contra a falta de vagas nas escolas e disse que antes de falar em punir os pais que não colocam seus filhos na escola o poder público tinha que cumprir a sua parte.

Constrangeu um pouco. Uma fala indignada como a dela foi inesperada, mas sincera.

Não era o momento de cobrar já que a proposta da OAB era um trabalho em conjunto que talvez não seja de resultado imediato que a cidadã esperava.

Na verdade ela representa o desespero de alguém que tem um tumor e o médico oferece um analgésico para ela esperar a operação sem dizer quando seria.

Ela falou numa linguagem áspera, a linguagem da dor, e a linguagem da dor nunca é polida mesmo.

De qualquer maneira foi uma palestra onde a esperança se renova.

Afinal a esperança não é a última que morre?

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