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Publicado: Sábado, 27 de outubro de 2007

O Yôga Antigo é fascinante

O Yôga Antigo é fascinante
De Rose em Shiva Natarajásana
Surpreendentemente, é o público mais jovem que adota o Yôga mais antigo. Por que será? Acreditamos que seja pelo fato de os jovens terem um senso crítico mais exacerbado e um sentimento de esperança na Humanidade. Assim sendo, por mais que se criem novidades nos Estados Unidos para mero consumo, boa parte da opinião pública manifesta uma grande receptividade para as linhas mais ancestrais. Essas são, necessariamente, menos comerciais. Não têm o foco nos benefícios, pois não desejam aliciar. Não são correntes místicas, pois não querem doutrinar ninguém. A principal escola que preconiza essa orientação é o SwáSthya Yôga, no Brasil há mais de quarenta anos. Contudo, ninguém é perfeito, o SwáSthya é um tronco de Yôga radical. Tem que sê-lo para conseguir preservar as propostas ortodoxas e tradicionais que os ocidentais geralmente não cumprem e, muitas vezes, nem conhecem.
 
Não conhecem, pois a maciça maioria dos ramos de Yôga que chegou ao Ocidente surgiu na Idade Média. Para nós, medieval é antigo. Contudo, para o Yôga ancestral, que tem mais de 5.000 anos de idade, as linhas criadas nos séculos VIII a XIII depois de Cristo pertencem à divisão moderna. Nasceram nada menos que 4.000 anos depois da origem do Yôga primitivo!
 
Mesmo quando os ocidentais são informados a respeito das premissas e propostas comportamentais do Yôga Antigo, muitos não o assimilam, pois precisariam mudar hábitos e vícios arraigados durante toda uma vida desregrada. O Yôga Antigo não abre concessões: o praticante não deve fumar, tomar bebidas alcoólicas, nem ingerir drogas.
No entanto, o que se vê são praticantes e até instrutores de linhas modernosas que tomam seu vinhozinho, ou fumam seu baseado. Seu argumento é o de que estamos no Ocidente, estamos no século XXI, as pessoas não aceitariam uma proposta mais séria.
Essa premissa é falsa. As pessoas querem, sim, um Yôga mais purista, mais exigente. A prova é o número de praticantes de SwáSthya Yôga: mais de um milhão hoje, só no nosso país, fora os dos Estados Unidos, Argentina, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha e outros países para os quais o SwáSthya já se expandiu. Ora, um instrutor de Yôga que use drogas é um perigo para a população, pois pode muito facilmente induzir seus alunos ao vício e ainda lhes fornecer o entorpecente ou alucinógeno.
 
Sempre lecionei para jovens e sei o quanto essa ameaça social é uma realidade e está acontecendo agora mesmo em tantos antros de aliciamento. Por esse motivo, em meus livros, cursos e eventos sempre orientei a moçada no sentido de que um Yôga legítimo exige a abstenção de drogas, álcool e fumo de qualquer espécie. Se não for assim, desculpe, não é Yôga.
 
Às vezes perguntam-me como conseguimos que tantos jovens aceitem não usar drogas, fumo ou álcool sem partirmos para a repressão e sem usar doutrinação. A resposta é muito simples. O ser humano é muito influenciado pelo grupo. Ora, o ambiente do Yôga Antigo é extremamente alegre e descontraído, muito diferente da caricatura zen que os estereótipos contemporâneos pontificaram. Os adeptos são jovens “cara-limpa”, saudáveis, desportistas, acadêmicos, gente bonita, educada, sensível e com corpos esculturados. É perfeitamente compreensível que o recém-chegado fique fascinado e adote os bons hábitos desse grupo. Esse é o segredo do nosso sucesso com a juventude.
 
Fora isso, a prática do Yôga Antigo é totalmente diferente da imagem que as pessoas em geral têm do Yôga. Ele é praticado sob a forma de coreografias lindíssimas, tão bonitas que foi criada uma companhia de teatro para apresentar demonstrações de Swásthya Yôga em diversas capitais do Brasil e da Europa. Suas fotos foram publicadas no periódico Yôga Review que está nas bancas. Todos quantos assistem concordam: o Yôga Antigo é mais bonito que ginástica olímpica ou dança.
 
Bem, pode parecer que só existam aspectos positivos, mas há outro lado da moeda. Tudo tem o seu lado dark. O Yôga também tem. É que os sectários de modalidades mais modernas, ao ver um Yôga tão antigo e tão diferente, nem mesmo o reconhecem como Yôga, a não ser pelos mantras e pela meditação, que também fazem parte do acervo. Se estudassem a literatura especializada compreenderiam a fundamentação dessa escola primitiva. Mas não querem nem saber de travar contato com uma bibliografia que os demova da sua posição cristalizada e preconceituosa. Mas, paciência, temos que conviver com isso por mais alguns anos. Afinal, dizem que as boas coisas não vencem por seus próprios méritos, e sim porque seus opositores vão morrendo. Eu posso esperar.
 
DeRose

Doutor Honoris Causa pela Ordem dos Parlamentares do Brasil,
Reconhecimento do título de Mestre em Yôga (não-acadêmico) e Notório Saber pela FATEA – Faculdades Integradas Teresa d’Ávila (SP),
pela Universidade Estácio de Sá (MG), UniCruz (RS), Faculdades Integradas Coração de Jesus (SP),
Universidade do Porto (Portugal) e Universidade Lusófona de Lisboa (Portugal).
Comendador e Notório Saber em Yôga pela Sociedade Brasileira de Educação e Integração.
Comendador pela Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Grau de Cavaleiro pela Ordem dos Nobres Cavaleiros de São Paulo, reconhecida pelo Regimento de Cavalaria 9 de Julho da Polícia Militar.
Medalha de agradecimento da Unicef da União Européia.
Introdutor do Yôga nas Universidades Federais, Estaduais e Católicas do Brasil e em universidades da Europa.
 Criador da Primeira Universidade de Yôga do Brasil e Universidade Internacional de Yôga, em Portugal.
Criador do primeiro projeto de lei em 1978 pela Regulamentação dos Profissionais de Yôga

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