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Publicado: Quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O turismo em Itu, pelo presidente do Comtur

Crédito: Raul Machado Carvalho O turismo em Itu, pelo presidente do Comtur
Raul de Souza Almeida presidente do COMTUR de Itu
Raul de Souza Almeida fala sobre o turismo em Itu
Um sítio distante, bem escondido mesmo, mas com alma aconchegante, o Moinho Velho foi o cenário para uma longa conversa com o atual presidente do Conselho Municipal de Cultura e Turismo, da Estância Turística de Itu, Raul de Souza Almeida. Um papo descontraído nos levou pelos caminhos do turismo de Itu, sem antes revelarmos que o objetivo do Raul quando aportou pelas nossas bandas era o de procurar sossego na vida.
Viver num lugar tranqüilo e pacato cultivando a natureza pródiga do sítio de sua propriedade era o seu desejo. Mas não resistiu muito tempo. Acostumado à vida de executivo de multinacional, o empresário tirou a gravata, mas não abandonou os negócios.
 
Assim, decidiu que poderia transformar seu sítio de lazer numa pousada para poucos escolhidos, onde os visitantes convivem com hábitos familiares do interior. Depois, foi se enfiando nos assuntos do patrimônio e do turismo ituanos e, de repente, se acha na presidência do COMTUR.
 
O COMTUR de Itu não é tão novo assim. Nasceu em 2001 sob a presidência da Professora Esmeralda Macedo Serpa, que não terminou seu mandato e foi substituída pela Bebel – Maria Isabel Scarpa de Arruda, da fazenda Santo Antônio da Bela Vista, que cumpriu um mandato complementar. Depois aconteceu uma nova eleição e tive a honra de ser eleito, disse Raul Almeida. Agora, ele está imprimindo o seu ritmo de trabalho voluntário com muito empenho para o desenvolvimento do turismo em Itu, apoiado, principalmente, pela iniciativa privada.
 
O órgão, reestruturado em 2005, tem uma representação heterogênea da comunidade, com a participação de 21 entidades, organizações e associações, todas de forma voluntária, o que torna o Conselho bastante democrático. Suas reuniões são realizadas mensalmente e buscam contribuir com a comunidade no desenvolvimento de ações que colaboram com a cidade em diversos aspectos, até na formação de mão de obra para o turismo. E, depois que o Conselho ganhou força jurídica, todas as reuniões têm atas registradas e eleições para a composição de sua diretoria e, por ser uma entidade de direito público, suas decisões passaram a ser soberanas.
 
Segundo Raul Almeida, o principal objetivo do COMTUR, atualmente, é o Projeto Oficina Escola de Artes e Ofícios, que pretende incluir socialmente jovens carentes em situação de risco dando-lhes a seguir uma profissão na arte do restauro, recuperação, revitalização e manutenção do Patrimônio Histórico - Cultural. Esse Projeto, certificado pelo SENAI de Minas Gerais, é de âmbito nacional e tem como parceiros diversos institutos de restauro, pesquisa, arqueologia, arquitetura e engenharia, de Portugal e da Alemanha.
 
Atualmente, explica Raul Almeida, a Secretaria de Turismo de Itu não recebe as verbas destinadas pelo Governo do Estado às Estâncias Turísticas. Trata-se de questões burocráticas que a Prefeitura de Itu precisa resolver junto ao Departamento que provê as estâncias turísticas de recursos destinados a investimentos em infra-estrutura para o turismo local.
 
Quem nos apóia, hoje, abrigando a sede da entidade é o Sindicato do Comércio Varejista de Itu que nos cedeu um espaço onde fazemos reuniões e recebemos os que nos procuram.
 
Aí começamos um trabalho de divulgar a imagem de Itu em São Paulo, junto a FIESP, Federação do Comércio, que, depois de algum tempo começou a dar frutos. Hoje, através do Sincomércio, temos acesso à Câmara Empresarial de Turismo que reúne todas as grandes operadoras de turismo do País, organizadores de eventos e a área da hotelaria. Com isso, saímos de um certo isolamento no qual vivíamos, comenta Raul Almeida.
 
Outra coisa importante que a Câmara Empresarial de Turismo nos proporcionou foram as negociações que estamos fazendo com a São Paulo Turismo S/A. Trata-se de uma sociedade anônima que trabalha com o turismo em São Paulo e cujos números são impressionantes. A metrópole recebe cerca de 10 milhões de turistas por ano e cada um deles gasta na cidade, em média, 674 reais por dia. E a SPTUR faz campanha para que estes turistas, a maioria de negócios, permaneça por aqui por pelo menos mais um dia. Nesse dia a mais o turista poderá ser atraído para as nossas praias ou para conhecer um pouco da história do rico interior paulista através de passeios em fazendas, turismo histórico e rural.
 
Essa perspectiva se apresenta muito boa para Itu, pois o nosso COMTUR já recebeu uma consulta oficial da SPTUR sobre o potencial turístico da cidade, seus monumentos históricos, suas fazendas que permitem hospedagem etc. O interesse dessa empresa é oferecer uma cidade há 90 quilômetros de São Paulo, com excelente acesso rodoviário, para um passeio com base cultural e histórica para esses possíveis visitantes estrangeiros.
 
Em relação à nossa micro-região que envolve, por exemplo, o roteiro dos bandeirantes, teoricamente, as prefeituras participam de alguma forma. Mas, aí está o erro. Quem precisa participar são os empresários da região, porque são eles que movimentam e fazem crescer o turismo. A participação das prefeituras deveria ficar só por conta da infra-estrutura de manutenção e construção de estradas secundárias e rurais. Precisa haver motivação para o empresário participar.
 
As igrejas de Itu, por exemplo, alegam insegurança para permanecerem abertas por mais tempo, propiciando uma maior visitação. Para pagar a própria segurança, poderiam fazer catálogos de suas peças históricas, pinturas, imagens, instalações etc. ou disponibilizar miniaturas dos principais santos expostos, como se faz na catedral de Aparecida do Norte e vendê-las aos interessados como lembrança de suas visitas. Esse dinheiro arrecadado, não só serviria para a manutenção da igreja como também para pagar a sua segurança.
 
Nos grandes museus do mundo é proi
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