O Signo da Cidade

O Signo da cidade é um bom começo de filme, que apresenta bons personagens, mas se perde no meio do caminho. Estrelado por Bruna Lombardi que também escreve e produz o filme, junto com o seu marido Carlos Alberto Riccelli que estréia na direção, eles conseguem levar o filme de uma forma boa, mas que ao longo das cenas fica obvio e repetitivo.
O roteiro tem uma premissa legal de contar histórias em paralelo que aos poucos vão se interligando, uma coisa que realmente precisa ser bem feita nesse tipo de produção. O filme lembra um pouco “Crash- No Limite” de 2005, que foca mais na denuncia social e também da violência urbana. Coisa que é bem encaixada no filme principalmente por se passar em São Paulo e focar mais em bairros sujos e degradantes, que entra em choque com os seus personagens.
Bruna Lombardi faz Teca uma astróloga que tem um programa na rádio que chama “O Signo da Cidade”, lá ela faz previsões e orienta algumas pessoas sobre seu futuro. Ela tem como melhor amiga a produtora do seu programa Mônica (Graziella Moretto), que se envolve com um homem casado que faz a cabeça dela para aplicar golpes em pessoas. Algumas histórias começam a rodar em volta de Teca que se envolve com pessoas ao seu redor para ajudá-las. Mas o que mais incomoda no filme é como ele começa abordar algo e depois simplesmente as abandona, e não chega ao fundo delas, como o de dois amigos homossexuais que adotam um bebê de uma mulher desesperada ou até do travesti Josi (Sidney Santiago) que é agredido por dois “playboy's” e depois simplesmente para de contar a história dele e só vemos no final do filme.
Mas “O Signo da Cidade” apresenta algumas histórias muito interessantes que valiam a pena se fosse mais a fundo como o de Gabriel (Kim Riccelli) e de Julia (Laís Marques), ela que é uma suicida e ele que perdeu sua mãe pela depressão que originou o suicídio. Séria interessante mostrar mais esses dois lados desse relacionamento parece que as histórias secundárias são mais interessantes do que a principal que é de Teca, que no final pare encerrar o ciclo dela, apresenta uma história tão clichê que da vontade de parar o filme. Mas ainda bem que não fiz isso, porque apesar de alguns tropeços grandes a produção é muito boa.
Séria interessante mais filmes com essa temática de abordar várias histórias e contar algo em vários contextos diferentes, não só um “favela-movie” que foi “Cidade de Deus”, mas algo maior também. O Signo da Cidade acerta em algumas coisas e erra em outras, mas do mesmo jeito é uma boa produção, vale a pena assistir e ver o mundo em vários contextos, mesmo banais às vezes como infelizmente é em algumas cenas.