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Publicado: Segunda-feira, 19 de setembro de 2005

O Rio da minha aldeia

“O Rio da minha aldeia, É o Rio da minha aldeia” ! . . . Fernando Pessoa

“O Rio da minha aldeia,
É o rio da minha aldeia” ! . . .

Que importa se o rio de aldeia alheia
Seja um rio como tantos,
Mas afinal rio alheio,
De velha e alheia aldeia,
Visto assim, meio de esguelha,
Sem contorno, mera idéia
Pelo prisma ensimesmado,
Viciado, de estrábica introspecção,
De uma visão destorcida,
Incompleta, de injusto julgador,
De um espírito estreito e hosco,
De opaco, fosco e tosco
Instrumental linear,
Enfoque de antiga ameia
Defensiva, por um olhar de corrida,
Por seteira prevenida,
Doentia, arco e flecha
com ponteira envenenada,
Egoísta, ciumenta, traiçoeira,
disparando injustamente,
Vendo o que só olhos vêm,
Mas coração jamais sente ! . . .
Nem decide, nem consente! . . .
Apenas nega e se mente! . . .

“O rio da minha aldeia,
É o rio da minha aldeia” ! . . .

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