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Publicado: Segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O remédio é amargo, mas cura

O candidato do PT perguntando ao candidato do PSDB: QUEM QUER COLOCAR SEU FILHO NA ESCOLA PÚBLICA?

Todos deveríamos querer colocar os nossos filhos na escola pública. Uma vez que ela é uma escola que pagamos a vida inteira para nossos filhos usarem poucos anos. Deveria, pelo preço que custa, ser da melhor qualidade. Temos um dos maiores impostos do mundo e a escola pública, além do imposto, tem muita verba que vem de empresas privadas e até do exterior. Uma escola miserável com verbas milionárias por falta de fiscalização.

Uma escola corrupta, que desvia dinheiro de merenda - quando não a joga no lixo. Uma escola que joga material didático no lixo, quando os professores não fazem uma montanha e queimam na frente da Secretaria de Educação de São Paulo, sem que ninguém seja punido. Bons professores mal aproveitados e acuados na escola, tomada pela desordem, os maus profissionais contaminando a rede toda.

Aluno considerado como estorvo.

A grande imprensa maravilhada pelo poder absoluto do Sindicato dos Professores só divulga a violência pelo viés da corporação e demonizam o aluno. Aliás, a imprensa só divulga o que o sindicato lhes passa sem ouvir os pais e alunos.

Até as brigas normais entre criança e adolescente são divulgadas como se fosse um crime hediondo.

O aluno transformado em réu e culpado pela má qualidade do ensino e pela violência da escola.

Quem sabe qual é o melhor professor é o aluno.

Pergunte o que é uma escola boa e uma direção exemplar. Pergunte aos pais.

Os pais, verdadeiros donos da escola, e que pagam a conta toda, nunca são ouvidos.

Não temos e nunca tivemos uma instância desatrelada da corporação para investigar as denúncias dos pais. Denúncia contra mau professor não dá em nada. Um professor, símbolo da impunidade que é hoje Coordenador da Escola Estadual Adelaide Ferraz de Oliveira, foi promovido depois de ser acusado de promover o bulliyng. A diretoria de Ensino Leste 4 declarou em documento oficial que era normal professor chamar aluno de "bicha"; no caso um aluno reagiu e foi espancado.

Na escola pública se redescobriu a lei da gravidade. Se os pais baterem muito em um fruto podre ele sobe em vez de cair...

Esquecem do aluno, esquecem do educador.

Claro que se houver punição os abusos tendem a diminuir até o limite do suportável, até desaparecer de vez e a escola pública vir a ser melhor que escola particular.

Então tem jeito...

Jeito tem, falta coragem e vontade política.

O remédio para curar a escola pública no seu estertor e em estado de coma é amargo, mas cura.

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