O recado alvissareiro dos canarinhos-da-terra
Em minha infância era bastante comum encontrar cantando em uma árvore, sobre uma antena de TV ou mesmo em um fio de eletricidade, um canarinho da terra – que a gente, também, chamava de cabeça de fogo.
Era quase como um pardal – a gente encontrava por todo canto.
Mas era comum, também, a gente ver pessoas prá lá e prá cá com uma gaiola e alçapão ou, até, com estilingues. Caçar e matar passarinhos era um hábito, vamos chamar assim, cultural.
Poucos questionavam.
Com o passar do tempo, estes passarinhos foram sumindo, sumindo...até passar a ser raridade ouvir seu canto alegre e estridente.
Há alguns anos comecei, novamente, a vê-los e ouví-los. Eles estão de volta.
Isso se deve a dois fatores.
Não por ordem de importância, mas, em primeiro lugar ao aumento da consciência ambiental e ética. Por que a atitude egoísta de querer ter só para si o canto e a beleza que encanta a tantos quando livre? Por que privar esse bichinho daquilo que o ser humano sempre almejou – voar livre com o vento?
Em segundo lugar, pela legislação ambiental. A lei de crimes ambientais pune com rigor quem prende ou mata animais de nossa fauna silvestre.
A volta dos canarinhos-da-terra tem tudo a ver com esses dois fatores, mas o importante é perceber que, por conta deles, os canarinhos da terra estão de volta e, adaptados que são ao ambiente urbano, trazendo mais alegria para as cidades.
Mas ainda há quem prefira tê-los em uma gaiola, há quem goste de caçá-los.
Não contribua com isto. O comércio de pássaros e animais silvestres só existe porque há quem os compre.
A morte de elefantes se dá, em parte, porque há pessoas que compram objetos de marfim; a agressão aos corais, por conta da sua exploração para sustentar a indústria joalheira... e, assim vai.
Faça a sua parte, diga não ao comércio de animais, madeira, pele..., especialmente ao comércio clandestino.