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Publicado: Sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O nosso planeta pede socorro! Que vergonha!

É preciso retomarmos o relato da criação e pensarmos seriamente no que estamos fazendo com o nosso planeta, a nossa casa comum, com a vida que aqui habita.

Têm razão os cientistas que preveem a extinção da raça humana, caso continue consumindo mais recursos do que a natureza dispõe.

“Se alguém observasse de fora a sociedade planetária, se admiraria com tal comportamento, que às vezes parece suicida” - Papa Francisco / Encíclica Laudato Si (Louvado sejas).

A referida Encíclica lembra, o que, já em 1971, escreveu o Papa Paulo VI sobre a problemática ecológica, apresentando-a como uma crise que é «consequência dramática» da atividade descontrolada do ser humano: «Por motivo de uma exploração inconsiderada da natureza, [o ser humano] começa a correr o risco de a destruir e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação».

Na mesma linha da preocupação da Igreja estão as palavras de São João Paulo II advertindo que o ser humano parece «não dar-se conta de outros significados do seu ambiente natural, para além daqueles que servem somente para os fins de um
uso ou consumo imediatos».

O papa Francisco ainda lembra o seu predecessor, Bento XVI que renovou o convite a «eliminar as causas estruturais das disfunções da economia mundial e corrigir os modelos de crescimento que parecem incapazes de garantir o respeito
do meio ambiente».

A Encíclica traz ainda a contribuição do Patriarca Ecumênico Bartolomeu que, de maneira firme e encorajadora, convida-nos a reconhecer os pecados contra a criação:

«Quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a
mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar... tudo isso é pecado».

A Encíclica (Laudato Si), segundo Carlo Petrini, é "... uma dura mas objetiva tomada de consciência sobre a realidade" que nos cerca. Além do que "É muito lúcida na análise de quanto dano nós fizemos às coisas e às pessoas, definindo os nossos modelos de desenvolvimento de maneira enlouquecida, razão pela qual deixamos que a nossa política se subjugasse à economia, e a economia, à tecnologia".

"Cultivar e guardar", como está escrito no Gênesis, lembra que "Nós não somos Deus, a Terra nos precede e nos foi dada" para ser usada numa interação responsável e harmoniosa com as demais criaturas e nunca de modo predatório, conflituoso, destruidor. Agora, nossa irmã Terra “clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. […] A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos”.

A expressão "casa comum" é uma chamada forte, no sentido de que não somos os únicos moradores.

Merece destaque o apelo do papa Francisco:

O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.

Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos
nós.

Como disseram os bispos da África do Sul, «são necessários os talentos e o envolvimento de todos para reparar o dano causado pelos humanos sobre a criação de Deus».

Afinal, que planeta vamos entregar às futuras gerações, aos nossos herdeiros?

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