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Publicado: Quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O negócio é Turismo

Deixei Itu, minha terra, com dez anos. Em São Paulo cresci, estudei, casei e trabalhei até virar jornalista. Editei revista de turismo e aprendi muito. Principalmente, que turismo é um grande negócio. Com esse foco passo, agora, a colaborar com o “itu.com.br” atendendo, com prazer, o honroso convite que recebi desse “site” privilegiado por contar com tanta gente competente. Humildemente, espero dar a minha contribuição.
 
Por quê “Acelerando o Turismo”? Porque não se deve perder tempo com o Turismo. A concorrência de outras cidades é muito grande. As idéias vão surgindo, um evento aqui, outro ali, e a nossa cidade pode ficar para trás. Na verdade, Itu é um bom destino. Mas, conquistar uma maior fatia do bolo turístico, é preciso. Afinal trata-se de uma atividade “limpa”, que rende conhecimento, gera empregos e movimenta o comércio. Precisa mais? Acelerar o turismo é, também, o objetivo do “itu.com.br”. Trazer para a Grande Itu um fluxo cada vez maior de turistas para conhecer as riquezas do patrimônio, da história que a engrandece, da sua gente, do seu folclore, da boa mesa e da sua cultura centenária. Aliás, estamos caminhando para o IV Centenário da fundação de Itu, em 2010, um evento que poderá alavancar o turismo, de forma definitiva, nesta região.
 
Falamos em região porque o turismo é um complexo econômico/social que induz a uma integração regional voltada para atender o viajante. No nosso caso, é preciso valorizar as atrações das cidades que compõem o vale médio do Rio Tietê que engloba Santana de Parnaíba, Pirapora, Cabreúva, Itu, Salto e Porto Feliz. Seus respectivos prefeitos deveriam procurar uma integração para valorizar, inclusive, o turismo de um dia, tão comum na Europa.
 
Trata-se de micro-regiões, identificadas com grande potencial para atrair turistas e que ficam próximas a grandes centros. No caso de São Paulo, principal fonte de turistas, os grupos poderiam ser organizados para passar um dia passeando pela história e geografia das cidades citadas, que sustentam muitos aspectos em comum, como, por exemplo, o bandeirantismo e o próprio Rio Tietê.
 
Apesar da viagem ser rápida, os turistas acabarão deixando dinheiro em todas as paradas, com a compra de lembranças e refeições e levando conhecimento da nossa história, o que permitirá a sustentação do setor, ainda incipiente em várias cidades, mas com potencial para novos empregos e o despertar nos jovens das possibilidades de se ganhar a vida com o turismo.         
 
Todavia, a indústria do turismo não é como muita gente pensa, inclusive muitos políticos. Às vezes acontece de um político, um prefeito, por exemplo, assumir o poder e decretar que o turismo passa ser o destino e o futuro da cidade. Mas ela é uma indústria muito diferente das outras, é mais uma força de expressão. Construir uma fábrica em alguns meses, contratar funcionários, inaugurá-la e passar a produzir é um ciclo conhecido.
 
No turismo há a necessidade de se construir uma infra-estrutura. Esse trabalho é lento e passa por várias gerações. É um trabalho cultural e leva tempo, passa por vários prefeitos que, se derem sorte de um continuar o trabalho do outro, dentro da mesma diretriz, os benefícios poderão chegar à população.
 
No turismo, não basta haver atrativos naturais ou históricos, é necessário um planejamento muito rigoroso porque qualquer falha, de qualquer setor, compromete o trabalho do todo. Por isso, a importância de se ter um Plano Diretor específico para o Turismo e eventos de peso dentro de um calendário que precisa ser seguido com rigor e profissionalismo.
 
Estudos revelam que se toda essa problemática for resolvida e houver uma continuidade perfeita no rumo, uma cidade, ou um país, só ficam prontos para o turismo, só se transformam em destino, após 10 anos ou mais de programas de desenvolvimento e conscientização.
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