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Publicado: Sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O lenitivo das bem-aventuranças

TEMPO COMUM – 31ª. Semana

Domingo, 4 de novembro – 2012

Evangelho (Mateus, 5, 1-12)

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“”    Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, e Jesus começou a ensiná-los:

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus.

Bem- aventurados os aflitos, porque serão consolados.

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus.

Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim.

Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.    “”

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Mateus explicita, no fundo, que todos tenham paciência e esperem em Deus, em face dos sofrimentos na terra, porque o mundo é mesmo imoral, eivado de erros, desgraças e maldades.

Faz o evangelista uma advertência, como sobreaviso para esses males, porém a cada citação das bem-aventuranças o fecho é sempre de consolo.

A pobreza grassa no meio do povo, aberta ou dissimulada, escondida quiçá, mas ela existe. Arrogantes, mandões, senhores de si, serão encontrados a cada esquina.

Compaixão e dó no sofrimento alheio, não se espere desse lenitivo por parte da maioria. Ela indiferente.

Honestidade, expressões claras e verdadeiras, exemplos desses quase não existem. Vige o caradurismo, a apropriação indevida, assalto ao bem público, a afronta deslavada.

Muita agitação, desconforto, tensão e desassossego, eis o mais provável.

A injustiça pode decepar cabeças, até contra quem queira fazer valer justiça verdadeira. Golpeia sem hesitação.

Calúnia e inverdades podem acontecer a qualquer um.

E, por causa disso tudo, só restaria ir ao desespero? Não!

Entra aí exatamente a certeza de que o sofrimento por motivo de quaisquer dessas anomalias, abundantes no mundo tresloucado, o próprio capítulo das bem-aventuranças o ameniza.

Mateus assevera, no contraponto:

O reino dos céus é dos pobres

Os mansos possuirão a terra.

A fome e a sede serão saciadas.

Haverá misericórdia, após o desespero.

Ver a Deus, primícia dos puros de coração.

Filhos de Deus trarão a paz e a tranquilidade.

Caberá o reino dos céus também aos injustiçados neste vale, que é de lágrimas..

Vítimas da calúnia, da inveja e da maledicência, encontrarão recompensa na vida que não se acaba, nos céus.

Em suma, toda espécie de dor e sofrimento – marcas malévolas do mundo – terão alívio em Deus.

                                                                João Paulo

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