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Publicado: Segunda-feira, 16 de julho de 2012

O lar que nem todos têm...

O homem não é um ser jogado no mundo. Foi concebido para viver em comunhão. Nasce em uma família e esta deve ser o ambiente onde cresce, se educa e se forma para ser cidadão e participar da construção de um mundo melhor.

 É impossível ignorar a importância da família não só para o indivíduo como para a sociedade. O papa João Paulo II dedicou-se vivamente à família, foi incansável em sua preocupação em relação à situação dessa instituição divina, seus problemas e seu futuro.

Família, casa, lar, elementos que se juntam e se completam para formar algo grandioso, inigualável.

A Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa - “Família, esperança da Igreja e do mundo” assim resume o valor da família humana: “Quando o homem chega a este mundo, é a família que o acolhe e é nela que ele aprende a dar os primeiros passos; é na família que ele encontra essa primeira teia de relações que o vão ajudar a desenvolver todas as suas potencialidades pessoais e sociais; é na família que ele toma consciência da sua dignidade e que aprende os valores; é na família que ele se descobre como ser chamado à comunhão e ao amor; é da família que ele parte ao encontro da cidade e é à família que ele regressa em busca da força da comunidade. A família tem, portanto, um papel único e insubstituível na vida e na realização do homem.”

A missão da família virou desafio num mundo onde a verdade e os valores absolutos são continuamente relativizados e a tradição e os costumes degenerados. 

Infelizmente a nossa sociedade torna-se liberal, brutalmente sexualizada, erotizada, permissiva, descompromissada e descartável.

A própria definição de família vem sendo agredida. Fala-se hoje em "famílias" significando uma pluralidade de tipos ou modalidades de famílias - quase sempre baseadas no provisório -, diminuindo sua dignidade e o respeito que lhe devemos. Em lugar de casal, de esposo e esposa, é comum o uso de termos como parceiros, companheiros, o que se adapta bem às uniões consensuais ou mesmo homossexuais.

A própria lei cuida de confirmar e facilitar essas mudanças, tanto para as uniões como para as separações. Cresce o número dos que se unem sem nenhum vínculo institucional, civil ou religioso.

Crescem os fracassos da unidade familiar, frutos de um total despreparo para uma vida a dois, e as separações já são quase uma epidemia, resultando milhões de famílias onde o pai ou a mãe estão ausentes.

Tudo isso colabora para enfraquecer cada vez mais a família, afetando sobretudo as crianças, adolescentes e jovens.

Faltam famílias, faltam lares cristãos comprometidos. Sobram os órfãos de pais vivos, vítimas das paixões fugazes, do sexo livre e irresponsável, das uniões provisórias, das famílias desfeitas, das separações que se avolumam dia a dia. Sobram os "abandonados e descuidados", porque a sociedade moderna vem roubando dos pais o tempo necessário a eles.

Decidem os adultos, pagam os filhos que continuam sonhando com uma verdadeira família, onde haja colo, atenção, carinho, exemplo e disciplina, calor humano enfim. Apesar de tudo, algumas pesquisas anunciam que mais de 90% das pessoas consultadas elegem a família como uma das coisas mais importantes na vida.

Há, portanto, muita esperança em reverter essa ordem social reinante, através de uma forte proclamação do Evangelho da Família, capaz de recristianizar o homem, a família e a sociedade.

É preciso convocar os cristãos à responsabilidade para com essa instituição, verdadeiro patrimônio da humanidade, pois “tudo que fizermos pela família ainda é pouco!” 

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