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Publicado: Domingo, 8 de novembro de 2009

O irreverente Saramago

Não somos capazes de compreender como Saramago, escritor já conhecido de longa data pelo seu ódio ao Cristianismo, religião predominante em todo o mundo Ocidental, sempre tenha espaço na complacente mídia, para relançar seus delírios psicossomáticos atacando a crença de milhões de pessoas com a maior desfaçatez e tranquilidade. 

Se encontrasse no Oriente, desrespeito acintoso ao Islamismo, como o faz mais uma vez contra o Cristianismo, o ilustre “sal-amargo”, estaria condenado à morte, como o inglês-indiano Salman Rushdie e se ocultando, talvez, nalguns dos recantos ignotos da Ilha da Madeira.

Há tempos atrás ousou escrever que Maria Madalena fora amante de Jesus! Recentemente proclamou que Deus não existe, a não ser na cabeça dos crentes! Que ele pessoalmente não acredite na existência de Deus, seja ateu, portanto, nada a objetar. Mas, que espalhe essas excrescências mentais, sobretudo entre os adoradores do Deus que consideram único e verdadeiro, realmente é de pasmar! 

Desabafo de leitor de Campinas, se viesse a se constituir em abaixo assinado, seguramente contaria com milhares de assinaturas. Diz o texto: “a reportagem sobre o livro Caim, do escritor português José Saramago, um grande imbecil e hipócrita quando diz que o cérebro humano é um grande criador de absurdos e deus é o maior deles. O maior absurdo é você, Saramago, com suas imbecilidades e blasfêmias.” (Correio Popular de 20-10-09). 

Outro leitor do mesmo jornal (22-10-09), imbuído de espírito cristão mais depurado, ao que parece, assim se manifesta: “Saramago quer acabar com a idéia de Deus, especialmente o Deus cristão. Investe com uma fúria tal, como se tivesse sido mordido por um cão raivoso....Pobre Saramago, que ele possa, ao menos, um dia, quando chegar sua hora, morrer em paz.” 

O professor Eugênio Bucci, em artigo de 22 de outubro, no Estadão, tece considerações acadêmicas, jornalísticas-filosóficas sobre a entrevista concedida por Saramago e publicada no Caderno 2 de 17 de outubro. 

Não deixa de salientar a posição do infeliz filósofo Nietzsche, sobre o qual, à título de ilustração, passo a transcrever significativo trecho: “ põe nos lábios de Zaratustra: o vosso Deus jorrou sangue sob o meu punhal...Deus está morto; agora nós queremos que o super-homem viva (cfr.Le gai savoir, L’insensé, pp.104/105). 

Pobre Super-homem! A inteligência que tanto blasfemara apagou-se nas trevas da loucura: Nietzsche viveu sua última década como desditoso alienado, vítima de seus remorsos e desesperos; ele que dissera que para o homem verdadeiramente ser grande, verídico e criador, é mister que Deus soit mort, soit tué, soit absent.” (Ibid.Padre Pedro Cerruti,S.J. A Caminho da Verdade Suprema,pg.336).

Para terminar, como cristãos, entendemos ser oportuno, aderir à sugestão-prece do leitor de Campinas (22/10/09) acima mencionada, fazendo votos que a misericórdia Divina venha ainda a conceder graças salvíficas para o irreverente escritor.

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