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Publicado: Quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O Homem Certo

Admirável, organizada e perfeita seria a sociedade que seguisse à risca o conhecido provérbio inglês “the right man, in the right place” (o homem certo no lugar certo). As tristes conjunturas notadas no país fazem concluir, inquestionavelmente: homens incompetentes, errados (wrong men), despreparados, executam mal as tarefas que lhe foram ou são confiadas. Encontrar o homem certo, e aonde, eis a questão.
 
Nós próprios criamos barreiras, regras ou empecilhos, completamente desvinculados da realidade. É fácil exemplificar: por que o cidadão deve se aposentar aos 60, 65, 70, 75, se se encontra ainda capacitado para continuar com as tarefas que vinha exercendo ou executando?
 
Mero formalismo, escudado em ciências não tão exatas, precisas e em princípios de merchandising explorativos da força juvenil ou da degenerescência dos idosos. O relativismo é inconteste, pois há idosos saudáveis, impregnados de insuperável experiência e jovens doentios, incompetentes, despreparados.
 
O emprego de tais métodos possibilita, com maior facilidade, colocar o indivíduo errado, para executar tarefas importantes, que competiriam ao homem certo. A aposentadoria facultativa ou compulsória deveria consistir em redução da jornada de trabalho e aumento salarial como prêmio.
 
Acreditamos que a solução para tal erro deveria começar pela reforma do texto constitucional, através de emenda, que poderia ser assim redigida “todo cidadão, vedado qualquer limite de idade máxima, poderá exercer sem restrições, atividades paras as quais se considera apto, desde que não tenha impedimentos físicos ou mentais incontornáveis”.
 
Complementando o tema, resta dizer: os idosos marcaram bobeira (isso no princípio da década de 90). Oriundos de geração repressiva e autoritária, os homens da chamada terceira idade (dessa época) cometeram, provavelmente sem pensar, a imprudência de criarem os filhos em regime de plena liberdade e democracia.
 
Hoje, amargam inúmeros problemas, todos bem conhecidos e divulgados, inclusive ínfimas aposentadorias, esquecidos de que foram ou ainda são os grandes responsáveis por tal situação.
 
Erraram quando, extemporaneamente, abdicaram das suas prerrogativas de chefes, dirigentes, superiores ou quando deixaram de fixar normas e direitos, confiando o encargo aos filhos, netos, companheiros, correligionários. Passaram a ser mandados, quando deveriam mandar. Cometeram insanável erro, que esperamos, não o repitam as gerações futuras.
 
Conclusão: se a competência dos homens certos não se encontrasse ausente (se o homem certo estivesse sido colocado em seu devido lugar), as dificuldades para o progresso em geral ou desenvolvimento seriam mínimas ou não existiriam.
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