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Publicado: Quinta-feira, 9 de junho de 2011

O grande esquecido

Domingo. 12 de maio. 2011.

Pentecostes.

Evangelho de João (20, 19-23).

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“”  Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse:

“A paz esteja convosco”.

Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado.

Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.

Novamente, Jesus disse:

“A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”.

E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse:

“Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.  “”

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O mistério da Santíssima Trindade, que escapa ao entendimento humano mas que o dom da fé acolhe jubilosamente, é demonstrado com frequência por Jesus. Neste episódio, Ele, Jesus e Deus, traz os eflúvios de Deus, Espírito Santo.

Aqui se comprova que o Mestre andará sempre por perto de seus fiéis seguidores, uma vez que Ele próprio assegurou que estaria com eles até o fim dos tempos.

Na cena, outrossim, configura-se a instituição solene do sacramento da Penitência. Conforto e consolo ao homem, frágil e sujeito a erros e descuidos, que tem assim o aceno da misericórdia divina, apto a recuperar o estado de graça, a qualquer tempo e hora, desde que seja movido pelo arrependimento sincero e do propósito de não recair no pecado.

Em dias de agora, na turbulência e no atropelo da vida eminentemente materializada, dificilmente consegue o homem parar para constatar o quão leve é o caminhar na senda do Senhor. Nela não deixam de existir pedregulhos e dores a sobrevir quando menos se espera, nunca porém, se cristão convicto e fiel for o ser humano, ao ponto de levá-lo ao desespero. Aprende a confiar, sempre.

Por isso mesmo, na teologia cristã, a falta de confiança que até ao suicídio pode levar o infortunado, se considera como pecado contra o Espírito Santo. Vítima dele, o cidadão, nem ele próprio quer se redimir.  Com a sua desesperança afronta a possibilidade infinita de reencontrar-se com Deus.

Tampouco se contentem as pessoas de imaginar que lhes bastem na Semana  Santa os atos penitenciais coletivos, uma vez que está às mãos beneficiarem-se do sacramento da Confissão mais frequentemente. A graça própria dele se repete a cada busca do sacerdote e, evidentemente, revigora a alma.

Perderam-se no tempo as longas filas do sábado mensal da Comunhão dos marianos do Carmo, três a quatro frades a atendê-los.

O  mundo, as inovações e a tecnologia avançam de maneira formidável e assim continuam. Na mesma proporção, porém ao inverso, busca-se a Deus.

O grande esquecido.

                                                                                 João Paulo

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