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Publicado: Segunda-feira, 12 de março de 2012

O forró

O Nordeste é considerado o berço do Forró, no entanto, este ritmo hoje é dançado em todas as regiões do Brasil. Além disso, a maneira como é tocado e dançado varia de estado para estado e novos passos e variações rítmicas surgem a cada dia. O Xote, por exemplo, é dançado mais suavemente. Já no Forró praticado no nordeste, os dançarinos executam seus passos com grande agilidade. No Baião, também como exemplo, a música é rápida e com batidas fortes. No Arrastapé, o compasso é contínuo e acelerado.
O Forró foi apresentado ao sul do país nos anos 40/50, por Luiz Gonzaga. Em suas raízes podem ser encontradas influências africanas e europeias, bem como um toque indígena, ou seja, os elementos típicos dos ritmos e danças brasileiras. Naquela época, apenas três instrumentos musicais considerados regionais - o triângulo, a sanfona e a zabumba - construíam todo o ritmo e a cadência do Forró, cujas letras de palavreado matuto e expressões jocosas, relatavam a vida dura sertaneja, fazendo referência a um Nordeste “duro na queda” que, embora afligido por inúmeras secas, era também brincalhão e de festas.
Outro que é considerado um ícone do Forró é Jackson do Pandeiro, músico já falecido em 1982. A música de Jackson tem notadamente uma influência do samba carioca que se entranha no coco ensinado por sua mãe, conhecido e praticado por ele desde criança. Assim, os estilos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro serão tomados como modelo ou de raiz do modo de cantar e de dançar o forró.
Apesar de utilizarmos o termo forró como designação de um conjunto de ritmos - Xote, Baião, Coco, Xaxado, Maracatu ou Arrastapé - nascido no nordeste brasileiro, o termo forró é, na verdade, o nome que se dá ao local onde se dançam esses ritmos. Para alguns historiadores, sua denominação se deu pela expressão “for all” (para todos), que designava as festas típicas do nordeste brasileiro, a partir do início do século XVIII, quando os ingleses chegaram ao Brasil para construir estradas de ferro. Nessa época, eles ofereciam festas para os operários que trabalhavam na construção das estradas de ferro, convidando-os para as mesmas e se utilizando desse termo que também vinha escrito nas portas dos bailes. Outros autores consideram que a palavra deriva de “forrobodó”, expressão de um dialeto africano que significa festa ou bagunça. Forrobodó seria então uma festa popular, movida à música, dança e aguardente. A denominação acabou se reduzindo a “forró”, por ser mais fácil pronunciar.
Além disso, hoje o termo forró também tem como significado um ambiente de lazer comum aos nordestinos que migraram para grandes metrópoles e que buscam nesses espaços minimizar a saudade pelo encontro com amigos da terra natal. Em outras palavras, o forró se estabelece como elemento essencial na identidade entre nordestinos migrantes. Em São Paulo e Rio de Janeiro, a título de exemplo, o forró se firmou como importante símbolo da comunidade nordestina.
Atualmente, o Forró possui inúmeras classificações. O Xote ou Forró Pé de Serra, por exemplo, é aquele que mais se aproxima do estilo executado por Luiz Gonzaga, com apresentações acompanhadas do tradicional trio forrozeiro, que usa como instrumentos de base a sanfona, o triângulo e a zabumba. Surgido na mesma época do Pé de Serra, o Forró Universitário é geralmente tocado por jovens e produzido para um público urbano, aproximando do Reggae.
 

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