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Publicado: Terça-feira, 6 de maio de 2014

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro

Crédito: Divulgação/Sony Pictures O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro
Um Homem-Aranha mais divertido e descontraído: grande acerto (entre muitos erros) do novo filme

Indubitavelmente melhor que o primeiro, mas ainda assim com sérios problemas. Assim dá pra resumir O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, novo filme do herói aracnídeo criado por Stan Lee e Steve Ditko. A continuação tem como ponto alto a atuação de Andrew Garfield, que consegue ser um Homem-Aranha muito melhor que Tobey Maguire, e de Emma Stone, que encarna com perfeição a bela namorada de Peter Parker, Gwen Stacy.

Em compensação, A Ameaça de Electro pisa na bola no desenvolvimento da trama e na exploração dos vilões (são três em um filme só!). O roteiro é um tanto confuso e deixa muitas pontas soltas – e não ganchos para possíveis explicações futuras. Na questão dos antagonistas, as diversas motivações para as atitudes vilanescas foram um tanto frágeis e questionáveis. Isso sem falar no tom camp que o filme ganha em alguns momentos, parecendo um certo deboche do diretor Marc Webb para quem reclamou do tom sombrio do primeiro longa-metragem.

Voltando aos pontos positivos, adorei ver o Homem-Aranha piadista e descontraído que estou acostumado a ver nas histórias em quadrinhos. O personagem nada mais é que um adolescente que ganha poderes espetaculares e vira um grande herói. Como isso pode não ser divertido? Por isso a atuação de Garfield nessa nova roupagem do Cabeça de Teia é a mais interessante de todas, mesmo com a alterações no comportamento dele sem o uniforme – que parece não ter agradado os mais xiitas.

E o que falar de Emma Stone? As cenas que mostram o romance de sua personagem com o herói aracnídeo só conseguem ser boas porque ela está presente. Sua presença cativa e impressiona; parece que estamos vendo realmente um típico namoro adolescente e todas as suas crises e conturbações. Stone também sabe ser firme e mostra um lado mais “hard core”, tornando Gwen Stacy mais do que a simples namorada do protagonista do filme.

Os efeitos visuais, explorados o tempo todo, deixam a desejar. São forçados e mal realizados. O uso de cores extravagantes para remeter aos quadrinhos parecia ser um acerto antes do lançamento do filme, mas na tela deixou tudo muito berrante e tosco. Entendo que os produtores quiseram explorar o espetáculo, mas dá pra fazer isso de uma maneira mais sóbria e correta.

Sobre as diversas alterações nas origens dos personagens e na introdução de elementos que não fazem parte do cânone do Homem-Aranha, não entrarei no mérito. Adaptações, como já disse antes, são assim mesmo. É praticamente impossível transpor com exatidão o que foi feito em mais de 50 anos de quadrinhos para as telonas. Mesmo assim, O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro peca em não conseguir adaptar essa rica história. Uma pena, pois o filme tinha tudo para ser bom mesmo. Acabou ficando “mais ou menos”.

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